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sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Ecos.




E
ali, sentada no chão frio do seu quarto, agora mais do que nunca, ela se sentia só.
Não que fosse alguma novidade. Agora ela sentia-se só em todo lugar.
Não importava onde ou com quem estivesse, o sentimento era sempre o mesmo: solidão. Sempre completa e totalmente sozinha.
Quanto estava só, queria companhia; quando tinha companhia, queria ficar só.
E ninguém entendia isso. Não que houvesse alguém preocupado em entender.
Todos haviam lhe virado as costas quando ela mais precisava. E ela nem ao menos sabia explicar como se sentia.
Tolas promessas vazias ecoavam fundo na sua memória.
Ecos distantes do que um dia já foi uma verdade, mas que agora não passavam de uma lembrança.
Palavras ditas em vão, agora eram retiradas, timidamente, pouco a pouco. E no fim, só lhe restava a companhia da sua própria solidão.
A nostalgia trazia as tão distantes lembranças do fim de uma tarde qualquer, de uma tarde feliz. Tardes que eram tão comuns.
Na época, os dias eram sempre agradavelmente parecidos: o sol se dissipando, ainda assim trazendo um calor agradável pelos intervalos entre as árvores; as vozes altas, entoando canções desafinadas, brincadeiras descontraídas, comentários alegres...
Ali, no meio de todos que tornavam sua vida completa, ela se sentia em casa.
Mas agora só restava o silêncio e a escuridão.
E essa cruel nostalgia agora batia forte e a fazia querer voltar no tempo pra reviver aquela época, onde tudo parecia correto, onde tudo parecia estar no seu devido lugar,
Onde sua vida ainda fazia algum sentido.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Just Keep Moving





E ela agora caminhava sem realmente observar por onde passava. Seus pensamentos eram tantos, que não havia espaço pra pensar no caminho que ela seguia, para observar as paisagens que passavam. Seus pés a guiavam automaticamente. Honestamente, ela pouco se importava pra onde ia. Ela só queria sair de lá e deixar para trás aquela cena que ela lembraria pro resto dos seus dias; a cena que fazia seu peito inteiro doer, que lhe roubava o ar  e que lhe dava vertigem só de lembrar. Mas lugar nenhum era longe o suficiente, e ainda assim ela não podia parar. Ela simplesmente não podia. Ela não sabia o que aconteceria se ela parasse. Se isso acontecesse, será que algum dia ela teria força pra se levantar – porque certamente ela não conseguiria se manter de pé – e seguir a sua vida? Ela realmente não sabia. Ela não sabia o que seria dela daqui pra frente, ou o que ela faria. Então ela simplesmente continuaria a andar.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Queda Livre!





O
vento acariciou o meu rosto
E fez meus cabelos ricochetearem na minha pele alva,
Quando eu pulei naquele em direção ao desconhecido,
Em direção àquele abismo sem fim.

Eu não fazia a mínima idéia do que encontraria no final,
Mas sentia arder a necessidade de me aventurar.
E quando as nuvens deram espaço,
Senti os raios de sol incidirem na minha pele fria.
Há muito eu ansiava agir sem pensar,
Sentir o gosto da tão almejada liberdade!

Pouco importava se eu me machucaria.
Pouco me importava que fosse alto demais.
Eu só queria pular e esquecer de tudo,
Esquecer das decisões que me trouxeram até onde eu cheguei.

Então eu corri o mais rápido que pude.
Tomei impulso
E pulei.

E foi aí que eu me senti em completo êxtase.
A adrenalina corria por cada fibra do meu corpo.
Naquele momento eu senti que podia fazer o que eu quisesse.
Que nem o céu era o limite.