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sábado, 14 de maio de 2016

elas, sim!

Lavei um pouco a alma. Forçadamente, mas lavei.
Que bom que ela me procurou.
Sua visão da vida se encaixa com a minha, e sempre me acrescenta alguma coisa.
"Ela é uma das poucas pessoas que me fazem ter um pouco de fé na humanidade ainda, sabe?", eu murmurei, olhando pra lugar nenhum.
"E eu, né?", minha mãe brincou, querendo me desviar das lágrimas, que sempre vinham com aquele tipo de conversa.
Eu não ri na hora, mas rio agora. Ela brinca, mas parece que não sabe que ultimamente ela tem sido o meu único motivo real pra conseguir sair da cama, pra ignorar aquela vozinha tantas vezes quanto é possível, pra sorrir, rir, gargalhar.
Olho pra aquela mulher aparentemente tão pequena, mas tão, tão grande e meu coração se agita no peito.
É uma mistura de amor, medo e gratidão tão puros, que eu eu esqueço de tudo.
É um sentimento que eu carrego comigo aqui dentro desde que me lembro de pensar.
Escrever sobre ela sempre será difícil, concluo. Ela é complexa demais pra ser posta em palavras, boa demais pra ser comparada a alguém, maravilhosa demais pra o simples significado no dicionário.
Ela é de uma pureza que me irrita, me encanta, me fascina, me inspira,
me faz ter um pouquinho de fé na humanidade.
Rio por dentro, envergonhada do orgulho que tenho ao pensar que eu sim tenho a melhor mãe do mundo.
Sinto de verdade por aqueles que não podem ter uma mãe como ela, enquanto me aninho no colo que só ela tem.
Posso até emprestar se alguém precisar, viu?
E ela, linda do jeito que é, com certeza não vai se opor.

Hoje não é o dia das mães, mas pra mim todo dia é dia dela.
Pra ela.
Sempre.