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sábado, 21 de maio de 2011



Chovia.
Eu já não sabia mais onde estava, ou o que pensar. Tudo o que eu sabia é que eu havia te perdido para sempre.
Uma brisa fria atingiu o meu rosto e eu fechei os olhos, imaginando te abraçar mais uma vez, e quase consegui sentir o seu cheiro. Meu coração se esmigalhou quando eu percebi que nunca mais te teria nos meus braços.
Olhei mais uma vez para o seu rosto pálido no caixão e respirei fundo.
Será que algum dia eu te encontraria novamente? Será que você lembraria de mim?
Me aproximei do seu corpo gélido e acariciei os seus cabelos suavemente. Sua expressão estava serena e você parecia sorrir. Como alguém poderia sorrir quando o mundo perdera a cor, os sons, os cheiros?
As lágrimas escorriam livremente pelo meu rosto e eu não me importava com os outros.
Como me importar com alguma coisa, se a minha vida fora bruscamente arrancada de mim?
Senti vontade de gritar, de me machucar, de machucar o mundo!
Até respirar se tornara doloroso.
Beijei-te ternamente uma última vez e parti para a chuva, deixando as migalhas do meu coração pelo caminho, esperando que, um dia, você pudesse me reencontrar.