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sexta-feira, 21 de maio de 2010

all by myself


Penumbra.
Ouço gritos e formas escuras tomam conta da minha visão.
Sinto a pele queimar, os olhos revirarem, e grito, com um desespero inimaginável.
Meus joelhos cedem, e eu caio numa espécie de abismo sem fim.
Sinto o vento gélido acariciando minha pele frágil e castigada.
Mãos frias tateiam o meu corpo, arranhando cada pedaço, enquanto bocas amargas sussurram no meu ouvido, e risadas sombrias ecoam nas paredes úmidas.


Garras, presas.
Tento afastá-los. Me deixo levar...


Tento tirar essa dor à força.
Mas só o que consigo são hematomas e algumas fraturas.
Tento sair, mas nada parece fazer sentido.


Ninguém lá. Ninguém, além de mim e os meus piores pesadelos.


Um frio incomum invade cada fibra do meu ser. Meu coração acelera, e ameaça saltar do peito.
Eu tento arrancá-lo, mas só o que consigo é sangue, nas mãos trêmulas.


Tento gritar mas não consigo.
Sinto um gosto metálico, e o sangue escorrendo pelo queixo.
Estranhamente, me machucar é a única solução.
Morrer seria a única alternativa pra cessar essa dor.
Essa dor que dói mais que qualquer ferida existente.
Essa dor que me consome.
Essa dor que já faz parte de mim.


Meus músculos protestam e eu deixo o corpo tombar, sentindo as lágrimas quentes rolarem pelo rosto melancólico apoiado no chão imundo.


-
It seems like the world around you's breaking,
And it feels
Like there's no one else around you.