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segunda-feira, 11 de outubro de 2010

saia



eu te peço que saia.

eu te peço que saia agora.

saia do meu lado, dos meus lábios e dos meus braços.

saia do meu peito, dos meus dias e da minha vida.

saia das minhas lembranças e dos meus sonhos.

saia da minha secretária eletrônica e dos meus e-mails.

saia da minha casa, do meu quarto e do meu travesseiro.

saia de cima da máquina de lavar, do chão da minha sala e do box do banheiro.

saia do banco de trás do meu carro, da casa de verão dos meus pais e do quarto de um motel barato qualquer.

saia e leve tudo o que me faz lembrar você.

saia e leve o seu cheiro, o seu gosto e a falta que você faz.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

leia nas entrelinhas



Eu sinto a sua falta.
Assim, sem rodeios.

Sinto falta de ter ao meu lado a todo momento; de conversar abertamente, sobre qualquer assunto; da sua cumplicidade; da sua compreensão; da sua proteção; do seu antigo eu.

Você era uma das coisas mais certas da minha vida, e agora, no meio de tantas mudanças e tantas rotinas, a gente se perdeu.
E, dessa vez, nem um pedido de desculpas banhado em lágrimas, vai poder consertar as coisas.

Eu mudei, você mudou.

Mas e quem vai fazer planos e sonhos comigo? Quem vai fazer uma cápsula do tempo? Quem vai tentar me proteger até de uma mosca? Quem vai ficar até tarde, olhando as estrelas comigo?
E eu tento esconder esses sentimentos e fingir que já não sinto a dor da sua ausência, mas tudo me lembra você.

Porque, talvez, você seja a única causa desse vazio inexplicável que eu venho sentindo.

E hoje, o que eu mais queria era poder voltar no tempo e mudar tudo, e te ter de volta.
Sei que é inevitável, mas não sei se estou preparada pra dizer adeus.
E se já for tarde demais, então só o que me resta é agradecer por todas as conversas, confidências, risadas, abraços e lágrimas.
Obrigada por um dia ter sido parte tão importante da minha vida.
E mesmo que essa seja apenas mais uma das várias cartas que nunca serão entregues, eu só queria te dizer que eu te amo.
Mesmo que não tenha sido pra sempre.

-
and with a tear in my eye, give me the sweetest goodbye that I ever did receive.
say goodbye and just fly away.
when you come back, I have some things to say


sábado, 3 de julho de 2010

cartas pra ninguém



Existem muitas coisas que eu não sei, muitas perguntas das quais eu não tenho as respostas, mas se tem uma coisa que eu sei é que, não importa quanto tempo passe, o seu perfume ainda entorpece os meus sentidos e brinca com o seu bom-senso.
Por isso eu fujo de você, eu corro das lembranças, eu fecho os olhos quando você passa, e continuo repetindo pra mim mesma que eu já não sinto a sua falta.

Mas eu fecho os olhos e vejo o seu rosto.
Vejo você nitidamente na mais profunda escuridão.

Mas você nunca vai saber disso.
Não vai saber porque os raros momentos que eu passo com você, não diminuem a dor que eu sinto quando você vai embora; não preenchem o vazio que você deixa, toda vez que parte.
Por isso eu desenvolvi esse hábito de escrever. Não por você. Por mim.
São palavras que se desfazem ao vento, palavras mudas;
São cartas e poemas que nunca chegarão a você.
Eu já cansei de tentar explicar o que eu sinto.
Só eu sei o amor que sempre tive em mim.

-


Eu tento te esquecer, mas tudo que eu escrevo é sobre você;
Eu não posso me enganar, fingir que estou bem, porque não estou.
Preciso de você, preciso de você essa noite.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

all by myself


Penumbra.
Ouço gritos e formas escuras tomam conta da minha visão.
Sinto a pele queimar, os olhos revirarem, e grito, com um desespero inimaginável.
Meus joelhos cedem, e eu caio numa espécie de abismo sem fim.
Sinto o vento gélido acariciando minha pele frágil e castigada.
Mãos frias tateiam o meu corpo, arranhando cada pedaço, enquanto bocas amargas sussurram no meu ouvido, e risadas sombrias ecoam nas paredes úmidas.


Garras, presas.
Tento afastá-los. Me deixo levar...


Tento tirar essa dor à força.
Mas só o que consigo são hematomas e algumas fraturas.
Tento sair, mas nada parece fazer sentido.


Ninguém lá. Ninguém, além de mim e os meus piores pesadelos.


Um frio incomum invade cada fibra do meu ser. Meu coração acelera, e ameaça saltar do peito.
Eu tento arrancá-lo, mas só o que consigo é sangue, nas mãos trêmulas.


Tento gritar mas não consigo.
Sinto um gosto metálico, e o sangue escorrendo pelo queixo.
Estranhamente, me machucar é a única solução.
Morrer seria a única alternativa pra cessar essa dor.
Essa dor que dói mais que qualquer ferida existente.
Essa dor que me consome.
Essa dor que já faz parte de mim.


Meus músculos protestam e eu deixo o corpo tombar, sentindo as lágrimas quentes rolarem pelo rosto melancólico apoiado no chão imundo.


-
It seems like the world around you's breaking,
And it feels
Like there's no one else around you.



quinta-feira, 22 de abril de 2010

Não Mais.




Eu não quero mais ficar no escuro.
Eu não quero mais ser a última a saber das coisas.
Eu não quero mais gostar de você, e te perdoar toda vez que você quiser voltar.
Eu não quero mais deitar, e perder o sono ao pensar em você.
Eu não quero mais sonhar com você.
Eu não quero mais fingir que estou seguindo em frente, sabendo que ainda espero notícias suas.
Eu não quero mais te imaginar seguindo em frente, e sentir ciúmes.
Eu não quero mais ter que brigar.
Eu não quero mais ter que apontar seus erros e te dizer o que fazer.
Eu não quero mais adivinhar o que você sente.
Eu não quero mais ser poupada da verdade.
Eu não quero mais ficar longe.
Eu não quero mais te procurar em outras pessoas.
Eu não quero mais imaginar o pior, toda vez que você some.
Eu não quero mais me importar.
Mas acima de tudo, eu não quero ter que te dizer isso.
Eu quero que você descubra, que sinta a dor da minha ausência, que queira voltar.
Quando, afinal, você vai perceber que eu só queria que você lutasse por mim?

-
Yeah, it's true, I miss you baby
And when you're walking out the door,
I know I miss you

domingo, 28 de março de 2010

always and forever.





Bati na porta entreaberta, de leve, anunciando a minha chegada. Ela estava sentada, na cama, com o rosto apoiado nas mãos. Sentei o seu lado e suavemente depositei uma mão no seu ombro. Vagarosamente ela levantou a cabeça, deixando à mostra o rosto cintilante de lágrimas. Era incrível como ela parecia frágil quando deixava aquela máscara cair. A puxei para perto, abraçando-a, e ela apoiou a cabeça no meu ombro. Ficamos assim por vários minutos, sem dizer nada – ela chorando copiosamente, e eu afagando os seus cabelos. Quando ela finalmente se acalmou, eu enxuguei suas lágrimas, apoiei sua testa na minha, olhei no fundo dos seus olhos e disse: "Eu sempre estarei com você. Sempre. Mesmo que não esteja, mesmo que não nos falemos... Uma parte de mim sempre estará com você, porque o meu coração é seu."
E foi aí que eu acordei, com uma música dos Beatles na cabeça, e sabendo que, de alguma forma, aquilo não fora só um sonho.

-

"I'm keeping you forever and for always
I'm in your arms"

"Você precisa saber o que passa aqui dentro, eu vou falar pra você
Você vai entender a força de um pensamento, pra nunca mais esquecer"

segunda-feira, 8 de março de 2010

raining tears






Parei na frente de casa.

Já estava com a chave na fechadura, quando ouvi um trovão.

Guardei a chave no bolso dos jeans. Não havia nada me esperando lá dentro, mesmo.

E num ímpeto, deixei minhas coisas ao lado da porta, e saí para a noite chuvosa.

A essa altura, não havia mais ninguém na rua. Não que isso importasse.

Comecei a andar até o nosso lugar.

Sentei no balanço que eu costumava ocupar, e encarei o seu. Vazio.

A dor apertou ainda mais.

Por que você se fora?

Por que o destino nos separara?

Por que a vida te tirara de mim, logo agora, que eu precisaria tanto de você?

E agora eu não tinha mais você, pra me consolar pela minha perda.

Porque você era a minha perda.


Minhas lágrimas se confundiam com a chuva,

quando eu olhei aquele lugar pela última vez, e voltei pra casa.


Naquela noite, o céu não derramou nem a metade das lágrimas que eu chorei.


-


I can't stop the rain from fallin'
I can't stop my heart from callin' you
It's callin' you


quarta-feira, 3 de março de 2010

How I Feel About You.





Ele largou-se na cama, sem se importar.

Encarou aquela foto que ele tanto gostava, daquele dia no parque.

Eles pareciam tão felizes.

Tão... Perfeitos, juntos.

Pena que só ele, os via assim.


Afinal, por que doía tanto?

Ela nunca fora dele, afinal de contas.

Mas então, por que ele sentia que faria qualquer coisa para pôr um fim nessa dor?

Por que machucava tanto, vê-la com outro?

Não era como se ele não soubesse que ela não sentia o mesmo.

Mas ver? Era completamente diferente.


Ele realmente não conseguia se lembrar, de algum dia, sentir dor parecida.

Era muito pior do quê qualquer dor que ele já houvesse experimentado.

Ele só sentia vontade de rasgar sua pele, e apertar seu coração com toda a sua força, até que ele parasse de doer.


A cada batida, seu coração parecia menor; mais dolorido.

Mas mesmo assim, algum lugar, bem no fundo, estava tranqüilo.

Tranqüilo por saber que ela estava bem, que estava feliz.


Mas será que era a mesma coisa?

Será que algum dia, aquele outro, a amaria tanto quanto ele amava?

Será que ele seguraria o seu queixo, olharia nos olhos dela, e acharia que aquela era a vista mais bonita do mundo?

Será que ele beijaria a sua testa, sempre que se despedissem?

Será que ele sempre teria a consciência de que era o cara mais sortudo do mundo?

Será que ele sempre estaria ao seu lado?

Será que ele a abraçaria e a protegeria, sempre que ela precisasse?

Será que ele sentiria a necessidade de estar perto dela, a todo momento?

Será que seu coração doía tanto, que o fazia querer gritar, quando pensava em perdê-la?

Será que ele a faria rir?

Será que ele saberia reconhecer todos os seus sorrisos?

Será que, algum dia, ela daria o seu sorriso para ele?


Ele apoiou a cabeça nas mãos e chorou.

Chorou, como nunca havia chorado.

Encolheu-se, e por um bom tempo saboreou a própria dor.

Ele sabia que durante muito tempo, aquele gosto amargo, o acompanharia pra onde quer que ele fosse.


E assim – sozinho e encolhido, feito uma criança – ele dormiu.

Mas não sem antes perceber que a cada batida daqueles corações apaixonados, o seu se partiria um pouco mais;

A cada beijo apaixonado, uma lágrima sua, seria derramada.


-

"We're the best of friends and we share our secrets
She knows everything that is on my mind.
Oh, lately somethings changed
As I lie awake in my bed, a voice here, inside my head, softly says:
Why don't you kiss her? Why don't you tell her? Why don't you let her see the feelings that you hide?"