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quarta-feira, 4 de novembro de 2015

pra tantas elas como ela

Num piscar de olhos tudo muda.
Um piscar de luzes,
Um pisar em falso.
Uma vida que se vai.
Uma vida tão cheia de vida
Levando sonhos, planos, esperanças...

"Por quê?" "Por quê?" "Por quê?"

A mente gira a mil
Um turbilhão de pensamentos,
sentimentos, saudade.
Às vezes culpa, remorso, dúvida...
"E se...?", "Será que...?"

Perguntas que martelam
pra sempre
sem resposta.

E a saudade
que golpeia cada vez mais forte,
que machuca,
que cutuca a ferida.
Sem dó. Sem piedade.

E agora?
A vida segue?
Mas como?
E o vazio que foi deixado?
Preenche com o quê?
Um vazio tão cheio de dor.
Tão cheio de perguntas não feitas,
palavras não ditas,
despedidas que nunca mais vão acontecer.

Aquele último abraço,
aquele último sorriso,
aquele último "eu te amo"
seja bêbado, corriqueiro, ou sussurrado baixinho...
mas tão particular.
tão seu.

"A vida é só um detalhe".
Mas não são de detalhes que se vive a vida?

Várias perguntas sem resposta,
várias lágrimas saudosas,
cheias de dor e esperança
de que tudo isso faça parte de um plano
que nós talvez nunca sejamos capazes de entender.

Mas que nunca, nunca, deixaremos de acreditar,
torcer,
orar,
rezar,
ou o que quer que seja,
de que,
por mais que doa,
que machuque,
que sangre,
que aquela passagem aqui teve um significado,
uma missão, um objetivo.

E que sempre, sempre, sempre
teremos a certeza que por mais breve (tão breve!)
que essa passagem tenha sido,
vai deixar marcas no coração de várias pessoas
que nada, nem ninguém,
nem mesmo o tempo
serão capazes de apagar.

suspirando cbjr

"A gente passa o dia junto
A gente fala sobre tudo
Mas eu sinto você tão longe
Você diz sempre que me ama
Mas não age como tal
Será que amar demais às vezes faz tão mal?

E eu me pergunto: por que as coisas são assim?
Todo dia eu recomeço muito perto do fim
Mas o fato é que fomos, somos e seremos sempre muito fortes
A gente corre o tempo todo, atrás de um tal de ideal
Baseado num formato
Que talvez não seja o ideal,

nem pra você e nem para mim
nem pra você, nem pra mim
Eu olho pra você e vejo muito do que eu quero
Mas o mesmo de você
Eu sinceramente já nem mais espero"

sexta-feira, 6 de março de 2015

colete pra quê?

o ar que já me parecia pouco, agora deu pra me faltar.

respiro frustrada. ou tento.
sinto vontade de gritar.

o peso de todas as dores, problemas e dúvidas que eu vim guardando naquele cantinho escuro e esquecido dentro de mim, no últimos meses, se fizeram presentes quando, de repente, perderam o equilíbrio, desabando dentro e fora de mim.

deixo aquele blues invadir os meus sentidos e não faço nada além de sentir.
não sei bem o quê. ou explicar o porquê. ou talvez só não queira, então foda-se.

aquilo pesa. esmaga meu peito, comprime os meus pulmões e não me deixa respirar.

por que esse maldito ar não vem?!
nah, eu também não entraria em mim, se tivesse escolha.

já estou esgotando as formas de sair de mim e ainda assim não consegui. não totalmente.
eu só quero me desligar (de mim), me entorpecer, subir tão alto que nada nem ninguém consiga me alcançar.

eu só quero me livrar desa sensação de estar encalhada no meio de um mar puto da vida, que me acerta, me golpeia e me afoga por tantos lados que eu mal consigo saber o que me atingiu.

eu quero me livrar dessa confusão aqui dentro que sempre me machucou muito mais do que essas feridas que todo mundo vê e insiste em perguntar: "o que foi isso?!".

e eu sei? não sei.

foi o mar.
foi a falta de ar.
foi um desabamento.

mas aqui fora ou aqui dentro? rá.

as de dentro ninguém vê, ninguém pergunta, ninguém quer saber.
mas doem muito mais. sangram muito mais. pesam muito mais.

e não tem ponto, anestesia, curativo, ou colete salva-vidas que dê jeito.

que engraçado. logo eu, que sempre tive tanto medo do mar, tenho um dos mais revoltos e cruéis aqui dentro.

daqueles que não esperam nem o seu pé tocar na areia pra te atingir de novo. e de novo. e de novo.

e, contrariando todas as minhas vontades, vez em quando, esse mar insiste em vazar um pouquinho.
mas tudo bem, não tem ninguém pra ver mesmo.

quem dera nem eu.