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sábado, 1 de dezembro de 2012

o sonho menos sonho que eu já sonhei


como em todas as outras vezes, um pedacinho da minha consciência me aconselhava a aproveitar aquele instante, a absorver cada detalhe seu.
e assim o fiz.
por mais que o seu olhar fosse sereno, essa urgência dentro de mim não cessava.
o seu jeito de me olhar era sempre calmo, misterioso.
o costumeiro sorriso de quem sabe-algo-mais brincava nos seus olhos e aquilo mexia comigo, causava um burburinho no meu peito que eu não conseguia entender, não conseguia explicar.
meu coração se contorcia inquieto enquanto eu beijava sua bochecha demoradamente repetidas vezes.
sua barba por fazer arranhava meus lábios, mas eu não queria me afastar, não queria perder aquele contato.
lembro de ter murmurado que sentia sua falta.

acordei.

sempre me sinto tão incapaz nesses momentos. como posso expressar essa falta que você me faz se você não está aqui pra me ouvir? como posso chorar feito uma criança e correr pro seu colo se você não está mais aqui pra me beijar e dizer que vai ficar tudo bem?

quão boba você me acharia se eu dissesse que eu queria ter um número antigo seu só pra te deixar um recado na caixa postal dizendo tudo isso que eu venho guardando há seis anos?
tudo que eu queria era conversar com você, era te deixar um recado choroso dizendo o quanto eu ainda te amo e o quanto sinto a sua falta. todos os dias da minha vida incompleta.

será que esse peso no meu peito diminuiria?

mas agora não importa. tudo o que resta são lembranças.
lembranças que eu tento reter e se dissipam assustadoramente com o tempo;
lembranças que nem mil anos poderiam apagar.

minha mente rapidamente faz uma viagem. seis anos atrás, no mínimo.
a gente voltando pra casa de mãos dadas; você insistindo pra que eu fosse junto com você fazer uma besteira e você batendo o carro; você me ensinando a quebrar nozes atrás da porta; você pinicando o queijo de minha vó; você gritando minha mãe no jardim; o nosso último reveillón juntos; você voltando pra casa cedo e a gente, cúmplices, se empanturrando de mentos ("se sua mãe sabe disso, ela te mata!"); você comprando doces pra mim e pra você, comendo o seu rápido e querendo comer o meu; você querendo passar mais tempo comigo; os nossos programas em família.
quando ainda éramos uma família completa.

enxugo os olhos rispidamente.

é um turbilhão de lembranças felizes, doloridas, saudosas.
nessas horas o desespero bate fundo e eu fico com medo de te esquecer. sua voz, sua risada, seu abraço, seu beijo com bigode de cerveja.
será que se eu me esforçar muito eu consigo sentir o a sua bochecha áspera nos meus lábios? será que eu consigo sentir a maciez dos seus cabelos entre os dedos? será que eu consigo sentir a sua mão, tão grande, na minha?
seis anos.
e tudo o que me resta são lembranças, lágrimas nos olhos e essa saudade interminável e inexplicável de você.


tô com saudade.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

um brinde ao meu lado novo.


Às vezes quando eu to sozinha, eu tenho medo. Às vezes? A quem eu quero enganar? Sempre. Eu sempre tenho medo.
Mas esse medo é diferente. É medo de já ter te dito tudo, de já ter sentido tudo com você. Mas, pela primeira vez na minha vida, me permito esperar. Esperar com serenidade, com o coração tranquilo. E então, quando eu menos espero, num dia qualquer, num meio de semana, em meio a uma crise de TPM, nós brigamos. E depois de muitas lágrimas e vários pedidos de desculpa, nós fazemos as pazes. Aí passamos o resto do dia trocando carinhos e beijos debaixo das cobertas, como já fizemos outras zilhões de vezes. Só nós no infinito de nós duas. 
E pela zilionésima vez, eu paro pra pensar na gente. Lembro de todas as brigas (rotineiras e sérias), de todas as crises de ciúmes (bobos e não tão bobos), de todas as lágrimas (as que foram aparadas e as que secaram solitárias), dos soluços inconsoláveis e das inseguranças que sempre me deixam com o coração em pedaços. 
Mas esse meu lado novo, esse que insiste em sempre procurar o lado bom das coisas e tentar ser feliz, me lembra de todas as conversas leves e descontraídas, das sérias, das confidências trocadas, dos olhares cúmplices, das nossas brincadeiras bobas, dos sorrisos roubados e, de repente, uma lágrima teimosa ameaça despencar. Mas dessa vez é de alegria. Por pensar na sorte que eu tive ao te encontrar.
Então, pela zilionésima vez, eu me sinto a pessoa mais feliz e sortuda desse mundo. Mas de uma forma diferente. Não de uma forma entediante e maçante. Toda vez eu me sinto maravilhosamente bem. Cada vez é como se fosse a primeira e eu sinto como se fosse a descoberta mais importante da minha vida. Todas as vezes.
E é aí que o meu coração aperta de saudade. É aí que e eu conto os minutos pra te ver e te abraçar apertado, te beijando os lábios repetidamente, enquanto tento te dizer o quanto te amo.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

sem mais delongas.


Queria poder te dizer o quanto eu te quero. Agora. Não na terça, ou na quarta. Agora. Queria te dizer o quanto eu preciso de você comigo agora. O quão bem me faria te abraçar agora ou te beijar na bochecha, aspirando o seu cheiro doce. Mas eu não posso compartilhar a minha tristeza com você.
Sei que a saudade te incomoda também, mas a minha machuca. E eu não quero isso pra você, nem agora nem nunca. Eu preciso de você agora. Você consegue entender? Você consegue sentir?



domingo, 12 de agosto de 2012

seis invernos


Me esforço para sorrir. Me forço a manter a voz firme, sem tremelicar, sem transparecer a dor da sua ausência.
Meus olhos ardem, minha garganta arranha. Eu cerro os punhos e travo o maxilar. Tomo uma respiração longa e levanto o queixo. Essas cenas sempre me machucam, me doem mais do que eu conseguiria explicar.

Você se foi e eu acho que sinto a sua falta todos os dias. Sentiria, se eu não tivesse me obrigado a engolir a tristeza e ignorar a saudade, seguindo como se nada tivesse acontecido, dias após dia; se eu não tivesse me dito diversas vezes que eu estava melhor agora e me forçado a tentar enxergar os lados bons daquilo. E às vezes eu  até chegava a acreditar. Às vezes ainda consigo. Mas às vezes esse buraco no peito grita mais alto. Às vezes me pego andando na rua pensando em você. Me pergunto como as pessoas passam por mim e não percebem esse peso nos meus ombros, esse fardo, tão pesado. Será que alguém veria essa sombra que me acompanha, aonde quer que eu vá? Será que meus olhos deixam transparecer essa dor? Será que alguém pode ouvir o meu coração se partindo toda vez que eu penso em você? Como é que eles vêem as lágrimas mas não vêem essa cicatriz que nunca desaparece totalmente?

E seria egoísmo da minha parte? Machuca ver outras pessoas tendo aquilo que eu não tenho. Machuca mais ainda saber que é pra sempre. Que seis anos já se passaram, mas às vezes eu ainda sinto que estou esperando você voltar.
Então chega de eufemismos e piadinhas que nem eu vejo graça. Só por hoje eu não quero mais brincar de ser forte. Só por hoje eu quero liberar ao menos um pedacinho da tristeza que eu carrego comigo. Só por hoje eu quero me sentir com treze anos de novo e chorar tudo aquilo que eu não chorei. Só por hoje eu não quero esconder minha cara inchada, nariz vermelho e secar minhas lágrimas apressadamente, quando alguém chegar. Só por hoje eu quero chorar até dormir, implorando pra te ter de volta.

terça-feira, 17 de julho de 2012



Despertei de um sonho confuso e senti a sua presença do meu lado. Sorri.

A presença que eu sentiria mesmo de olhos fechados no meio de uma multidão enorme. 
Por que era impossível não sentir, não é? Não dizem que almas afins ficam conectadas? Então como eu não sentiria a presença da minha alma-gêmea?

Espreguicei-me vagarosamente e tateei o seu corpo ainda de olhos fechados. O meu corpo. No momento que a minha pele tocou a sua, uma corrente totalmente sem controle percorreu todo o meu corpo. O seu corpo. Você se chegou pra perto de mim e eu senti um sorriso se espalhando pelos meus lábios novamente. Seus lábios. Aspirei lentamente o cheiro do seu cabelo e meu estômago se contorceu gostosamente. 

Como era bom te ter comigo...

Adormeci novamente. Algum tempo depois despertei com a sua boca colada na minha. Lutei para abrir os olhos e pisquei repetidas vezes, só pra ver a sua cara amassada rindo de mim. 
Você me puxou para um abraço e eu me aninhei no cantinho do seu pescoço. O meu cantinho. Me empoleirei ali enquanto você acarinhava os meus cabelos. Os seus cabelos. Com os olhos semicerrados tentei olhar no fundo dos seus e sussurrei que te amo. Muito. Você sorriu um sorriso dengoso e respondeu que me amava, mas muito mais, sabia? Sorri o seu sorriso e te beijei novamente.


Como era maravilhoso te ter.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

e eu que quero tanto te proteger, ainda não aprendi a te proteger de mim.

sexta-feira, 4 de maio de 2012


e, novamente, aqui estou eu, tendo te visto há menos de seis horas e já estando morrendo de saudade de você.
saudade de te fazer rir, de te roubar beijos, de te pedir beijos, de te abraçar e tentar te proteger. saudade de fazer manha, de cobrar atenção e falar com voz dengosa. estou com saudade da sua mão na minha, da sua boca na minha, no seu corpo no meu.

e estou aqui sentada me sentindo a pessoa mais feliz do mundo por ter você comigo. por ter essa honra, essa sorte, esse deleite.
mas, ao mesmo tempo, a pessoa mais assustada do mundo, pela mais remota possibilidade de te perder. 
é que eu preciso de você comigo. preciso de você pra mim.

você me entende. e quando não entende, tenta entender. você me aceita. me respeita.
você sabe exatamente o que eu gosto e como eu gosto. você sabe exatamente o que eu preciso e o que eu quero ouvir.
e só a gente sabe o tamanho bem que a gente se faz.
são incontáveis os motivos pra te querer bem, pra te amar,
pra te querer. e é absurdo o tamanho do meu sentimento por você.
e de vez em sempre você acha que eu vou me cansar de você, que a sua companhia não me basta, que me entedia. mas você não entende que eu. só. preciso. de. você. 
tem que entender que, às vezes, tudo que eu mais quero é deitar do seu lado e falar besteira até cair no sono. assim, só eu e você. mais ninguém.
tudo que eu quero é te beijar dos pés à cabeça. é estar ao seu lado.
tudo que eu quero é te fazer feliz. 
tanto quanto você merece. 
tanto quanto eu sei que posso fazer.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Que estranho...


Que sensação estranha.
Como é esquisito perceber que você passou a vida toda com um pensamento totalmente equivocado.
É o seguinte: eu passei váaaarios anos da minha vida achando que eu era errada por ser diferente.
Sei lá, sabe quando você se sente completamente por fora? Quando você se esforça pra se encaixar mas simplesmente não consegue? Aí você se sente meio errado, né? Por não fazer parte do grupinho em que anda, por não gostar das mesmas coisas, por não se vestir do mesmo jeito... Mas isso passa.
Pelo menos comigo passou.
Hoje vejo os amigos que tenho, as pessoas com quem gosto de conviver e comparo com as pessoas com quem eu convivia. E eu percebo que eu não era a errada. Eu era diferente. E até hoje sou. Mas isso não faz de mim inferior. E afinal, por que faria? Por que os outros são os certos e nós os errados?
E sabe o que mais? O mundo tá cheio de tanta gente igual, tanta gente cruel. Gente que fala tanta maldade e inventa tanta coisa que, se nós deixarmos, eles acabam conseguindo nos afetar. Eles tentam tanto que às vezes conseguem fazer a gente se sentir errado, inferior. Por ser gay, por ser negro, por qualquer motivo que nos torne diferentes do resto. Como se todo mundo tivesse que ser como a maioria, como se eles fossem os certos. Eles querem fazer a gente ter vontade de mudar, de não se aceitar, de não querer ser mais assim.
Mas, adivinha só, hoje eu finalmente percebi que passei a vida inteira errada. Hoje, eu senti orgulho de ser quem eu sou e como eu sou. Com todas essas diferenças.
Vê a gente que é gay por exemplo. A gente tem MESMO que se orgulhar. Se você parar pra pensar, a gente sofre só pelo fato de amar! A gente cresce ouvindo essa gente falando do amor e quando o encontramos, eles querem nos dizer que é errado. Agora me diz: por quê?
E a gente aguenta tanta coisa! Além de passar a vida toda se escondendo, a gente ainda tem que aturar tanta maldade, tanto comentário maldoso, tanta ignorância, tanta intolerância, tanto preconceito, tanta perseguição! E, supostamente, ainda somos errados.
Mas a gente é mais forte. Mais forte por aturar esse tipo de coisa, mais forte por se aceitar, por se permitir amar quem a gente ama, por querer quem a gente quer!
E eu tô me sentindo uma pessoa muito melhor depois que me descobri gay. Sinto que tô crescendo, sabe? Porque agora, mais do que nunca, sei o que é fazer parte de uma minoria. Agora sei o que é sofrer preconceito (mais?) só pelo fato de ser diferente. E eu percebo com machuca, como é injusto.
Mas, apesar de tudo, agradeço por ser diferente, por não ter me deixado levar por essa gente má que só quer ver a gente infeliz. E agradeço por estar passando por essas coisas pra perceber que eu já fui injusta também, que eu preciso rever alguns comportamentos e mudar no que for necessário.
Aprendi que nem todo mundo é igual a gente, mas isso não faz de ninguém nem melhor nem pior. A verdade é que somos diferentes mas somos todos iguais. E, ao meu ver, é isso que torna tudo tão mais interessante.

segunda-feira, 23 de abril de 2012



entenda, meu amor: é essa vontade de você que não passa, que não dá trégua, que não dá sossego.
vontade que fala cada vez mais alto, mais suplicante, mais urgente.
e que se ajoelha aos meus pés e implora que e eu te traga mais pra perto cada vez que você se afasta.

é esse sentimento, essa necessidade, que me faz perceber cada mínima parte do seu corpo e faz a minha respiração descompassar;
que me faz esquecer de tudo ao meu redor e só conseguir sentir a sua presença e a distância incômoda entre o seu corpo e o meu.

é tudo culpa desse desejo que não tem hora, não tem lugar, não tem descanso.
das correntes elétricas que perpassam pelo meu corpo quando o seu olhar cruza com o meu e eu sinto a sua pele roçar na minha.

é essa urgência que parece não cessar. 


é esse instinto de te tomar, te devorar, te consumir.

é um querer que me domina e já parece ser parte de mim.

basta ver um pedacinho da sua pele nua, que a minha já queima de saudade da sua.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Eu amo estar com você. Amo quando você deita no meu lado e me conta sobre o seu dia. Amo quando eu volto da aula tagarelando do seu lado no carro, te atualizando sobre coisas sem importância. Amo como você se importa com o que acontece comigo, por mais bobo que seja. Amo quando você faz o meu prato e sabe do que eu gosto, e de quando eu preparo o seu café enquanto você assiste futebol no meu sofá.
Eu gosto de acordar e dar de cara com você. Gosto de saber que ainda posso dormir por horas e te ter por perto.
Você não sabe como me faz feliz. Assim, só existindo. Nunca vai saber o quão feliz eu fico quando acordo e te vejo na minha cama. Com uma camisa folgada e os cabelos espalhados pelo travesseiro. Me espreguiço, te trago mais pra perto e volto a dormir com um sorriso no rosto.
E então mais tarde você me acorda com beijos e depois ri de mim enquanto eu tento me manter de olhos abertos. Seu sorriso ilumina o resto do meu dia. Eu afundo o rosto no seu pescoço e inalo o cheiro mais maravilhoso do mundo. Ficamos na cama por horas, falando sobre nada, fazendo nada. E então fazemos qualquer coisa ou continuamos fazendo nada. E não importa o que comemos. Enquanto você cozinha, eu fico no alto da minha inutilidade, só te observando. Depois você tenta almoçar enquanto eu fico te cutucando ou pegando na sua mão. Talvez seja minha inquietação. Talvez seja só uma espécie de chatice natural. Mas eu acredito que o que seja mesmo é saudade. Saudade do seu corpo no meu, da sua pele na minha. Cada minuto longe me incomoda, me doi. Sinto que um pedaço de mim está faltando. Então eu te puxo pra perto e peço um beijo. E você me dá. E eu sinto que eu não preciso de mais nada nessa vida.
Amo quando você canta e dança, e quando dedica uma música pra mim. Amo quando você faz um comentário bobo ou uma piada indiscreta e choraminga quando eu te olho julgando, só pra depois sorrir e te cobrir de beijos enquanto você resmunga que eu não te trate assim. Amo como você entende o meu senso de humor incompreendido. Amo ver você rir de coisas que não fazem o mínimo sentido pra mim. Amo o jeito como você sorri quando me vê rir. Amo como você me ensina algo novo todos os dias; como você me faz ver as coisas de um jeito totalmente diferente e tentar ser uma pessoa melhor. Amo o jeito como você cuida de mim e se preocupa comigo. Amo quando eu não preciso explicar por que algo bobo me deixou triste ou por que certo comentário mexeu comigo mais do que deveria. Amo o jeito como você me conhece e como torna fácil me abrir pra você. Amo a segurança que você me passa. Amo o jeito como você me olha. O seu olhar me derrete, me fortalece, me desmancha. Você me olha como se eu fosse a mulher da sua vida e tivesse nascido pra você. Às vezes, quando a gente conversa sobre o futuro, eu vejo os seus olhos brilharem e os meus brilham junto.
Amo andar de mãos dadas e por uns momentos esquecer de toda a crueldade e ignorância desse mundo. Amo beijar a sua bochecha. Amo olhar pro lado, e, em qualquer situação, e te ver parada ali, me apoiando, me confortando, me protegendo. Amo te ter ao meu lado. Amo te ter. Amo você. Mais do que achei que pudesse algum dia imaginar amar alguém. 

segunda-feira, 5 de março de 2012


escuta, meu bem: eu prometo que vai melhorar.
não sei dizer quando, mas vai. 
acredito que um dia você vá olhar pra trás e perceber que você estava enganada, que todo mundo merece e pode ser feliz.
ainda mais você.
não posso apagar os erros, nem curar as feridas do ontem, mas posso garantir que farei tudo ao meu alcance para um amanhã melhor.
e ainda que às vezes me encontre de mãos atadas, você tem que saber, meu anjo, que me encontro em extrema agonia, porque eu quero te proteger, te cuidar, te ver feliz.
olho pra você e me pergunto como o mundo pode ser tão injusto. como o mundo pode insistir em machucar uma pessoa tão linda? como é que eu posso assistir a este tipo de coisa sem poder fazer nada?
mas não te preocupa, minha pequena! enlaçarei a minha mão na sua e te puxarei pro dia lá fora. 
o sol brilhava e as pessoas pareciam um pouco menos pessimistas hoje. então por que não nós?
que tal amanhã? hein, meu bem? amanhã parece um bom dia pra rir e deixar a tristeza e as mágoas de lado! amanhã pode ser um um bom dia para perdoar o que pode ser perdoado e esquecer o que não puder perdoar. o que me diz?
não? e depois, quem sabe? estarei aqui para repetir quantas vezes forem necessárias e te amparar todas as vezes que você precisar. 
e não abaixe essa cabeça e tente esconder esse olhar triste! não tente disfarçar a dor  com piadas e palavras vazias! eu conheço as suas cicatrizes, eu vejo a sua dor. e eu tô aqui, tá? não só hoje. sempre. 
sempre que puder,
sempre que quiser.
eu tô aqui, minha menina.
e de repente você sorriu.
e eu me dei conta de que não poderia viver sem o seu sorriso.
o seu sorriso iluminou o seu rosto e fez o meu coração se aquecer.
um sorriso tão lindo, tão doce!
decidi que a partir daquele dia, faria o possível e o impossível pra que aquele sorriso fosse com você pra onde você fosse.
e, com um pouco de sorte, comigo também.

porque às vezes eu acho que ninguém vai entender essa necessidade que eu sinto de você.
ninguém nunca vai entender o quanto eu te quero.
não daqui uma hora, não mais tarde, não depois. agora.


não importa onde, quando e com quem,
meu corpo arde por você, pede pelo seu.
vejo o seu corpo nu, deitado na minha cama, ofegante e quente;
sinto o meu esquentar, implorar pelo seu.
minha pele grita pelos seus beijos, seu toque, seu abraço.


beijo cada pedacinho do seu rosto, do seu pescoço, da sua boca;
me perco em você, me perco de mim,
esqueço do mundo.


e eu só preciso olhar pra você. então todo sono, cansaço, desaparecem.
o desejo e amor tomam conta e não sobra espaço pra mais nada.

e então, toda vez que você vai embora, eu volto a dormir no meu quarto me sentindo tão só quanto estou.
deito querendo te sentir mais um pouquinho,
antes que o tempo leve você de mim e a lembrança do que aconteceu;
antes que o tempo carregue o seu cheiro e tente apagar o seu olhar, que ficou cravado no meu.

deito nas cobertas bagunçadas e respiro bem fundo tentando achar o seu cheiro em meio a tudo aquilo.
aí eu fecho os olhos e te sinto comigo.
sorrio bobamente antes de finalmente cair no sono,
um sono feliz, leve, tranquilo 
mas cheio de saudade.
saudade essa que só diminui ao ver o seu rosto outra vez,
que só dá tregua quando mais uma vez eu posso te abraçar, ouvir a sua voz, sentir o doce do seu beijo e me perder no seu corpo outra vez.
incansavelmente.
até que o sono toma conta de você, enquanto eu te envolvo protetora e possessivamente, beijo a sua bochecha, sinto o seu cheiro e me sinto a pessoa mais feliz desse mundo.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

cansaço.
tenho cansado de fingir estar bem. de ignorar as partes ruins, esperando que elas desapareçam, ainda que elas sempre continuem ali, à espreita, esperando eu baixar a guarda.
eu tô cansando de lutar com esse medo, que só silencia pra pegar folêgo e gritar mais alto depois. 
eu já cansei de não saber o que fazer, como agir, o que dizer. 
e tô cansada desse sentimento de que eu não sou boa o bastante pra você e não posso suportar a ideia de te machucar.
mas eu tô tentando aprender a lidar com isso porque você vale a pena. você faz tudo valer a pena, acredite. não consigo nem pensar em pensar em desistir. porque lembro de você, o motivo pros meus sorrisos mais sinceros e vejo que não tem como desistir. eu não consigo nem pensar em pensar em desistir. eu não consigo. e nem quero. porque só de pensar em você, todo cansaço e frustração são varridos pra bem longe.
e tenho medo dessa dependência de você, desse amor que só cresce mais e mais. você está me estragando pro resto do mundo. você sabe, né? quem mais no mundo poderia me amar assim e me fazer tão bem? quem mais poderia me fazer uma idiota apaixonada que pensa numa só pessoa desde a hora de acordar até a hora de dormir? quem mais me faria ter planos para o futuro?
e é por isso que eu tenho medo de você acordar um dia e perceber que eu não valho a pena. que as partes ruins pesem mais do que as boas e que você simplesmente desista. que não veja motivo pra superar todas as dificuldades, todos os olhares tortos, os julgamentos. e eu tenho raiva dessa insegurança! simplesmente não entendo como você consegue me fazer a pessoa mais capaz do mundo numa hora e na outra me faz sentir uma criança chorona pedindo colo.
descobri que eu odeio o silêncio. ainda mais o seu silêncio. o seu silêncio me machuca e me enche de culpa. tudo o que eu consigo pensar é no que eu fiz de errado dessa vez e em como eu conseguir te magoar agora. fico com receio de te falar algo que te machuque e do do silêncio que vem depois.
mas o que me deixa mais triste é quando penso em como alguém pode olhar pra gente e ver uma coisa ruim. como é que um sentimento tão bom e puro pode ser errado? como é que conseguem olhar pra gente e não ver o tamanho do nosso amor? como é que uma pessoa que diz me amar quer me privar de um sentimento tão maravilhoso?
e aí luto diariamente contra os meus medos, com as pessoas ao meu redor, contra as minhas inseguranças e contra essa minha personalidade desistente. a cada dia mudo mais uma coisa em mim por você. e pela primeira vez eu não ligo. porque eu sinto que eu tenho crescido em muitos aspectos, graças a você. e não ligo de fazer o que for preciso pra te fazer feliz, pra você perceber que eu te amo mais do que achei que pudesse amar alguém e que não te troco por ninguém. 
às vezes o amor parece que vai explodir e pular do peito e aí eu tenho vontade de gritar pro mundo que eu tenho um amor que é só meu... mas aí eu penso: e se você me deixar e eu ficar com cara de besta chorando até secar? aí penso várias coisas ruins, me torturo, choro... e de repente penso no seu sorriso. lembro da sua voz, do seu carinho e do seu cheiro e sinto que tudo vai ficar bem. que se eu só pudesse te ter por um dia, já seria mais feliz do que qualquer outra pessoa no mundo! e por mais que esses babacas queiram te tirar de mim, eu não vou deixar. mesmo que você sinta que não pode confiar em mim, eu vou te provar o contrário. mesmo que eu tenha errado antes, eu vou fazer o possível e o impossível pra te mostrar que eu posso ser diferente por você. mesmo que as pessoas julguem o que eu sinto por você, isso não vai mudar nada. e mesmo que pareça que tá errado, eu vou te provar que não poderia ser mais certo.
e que eu sou sua.
muito.
toda.
só sua.