há tempos eu venho te evitando, não é?
há tempos eu venho sufocando os meus sentimentos, na vã esperança de não senti-los.
mas isso não vem funcionando muito bem, vem?
acredite, eu já tentei. de todas as formas possíveis e impossíveis. mas quem disse que dá pra controlar esse vendaval de sentimentos que corre louco e desembestado dentro da gente? quem disse que dá pra colocar um freio no coração, que vez em quando insiste em disparar quando vê aquele alguém? ou que dá pra fingir que algumas palavras não magoam e ficam guardadas pra sempre dentro da gente?
e eu me sinto em dívida com você. porque só eu sei a onda de prazer que percorre pelo meu corpo quando eu consigo extreriorizar um sentimento que ficou há tempos entalado na minha garganta; quando eu consigo extrair um pouquinho desse veneno que parece se espalhar cada dia mais.

- E se...? - num impulso, inclinei-me rapidamente e busquei os teus lábios.
E por mais horas que já tivesse perdido tentando imaginar este momento, nunca havia feito jus à tua doçura. Perdi a noção do tempo enquanto perdia-me em ti.
Quando nossas bocas separavam-se, mesmo que por milésimos de segundo, eu sentia como se o ar me faltasse, como se eu perdesse o chão.
Beijava-te como se dependesse disso pra viver. E dependia.
Alternava entre terno e desesperado. Segurava-te firmemente entre as mãos com medo de que escapasse, de que esvaísses e tudo aquilo fosse apenas mais um sonho.
O roçar suave do teu cabelo no meu rosto era como um sopro dos anjos. Acalentava-me. Trazia-me paz e desejo. E eu queria mais, sempre mais.
A tua voz era como um cântico dos céus, entoado pela criatura mais bonita e pura. Eu podia alcançar o êxtase só em ouvir-te. Quando sussurravas o meu nome, ou entoava alguma cantiga enquanto aninhava-me, eu sentia-me no paraíso. E se a falta de ti não me torturasse tanto, eu bem poderia admirar-te até o fim dos tempos. E digo isso com o fundo do meu coração.

Forçastes-me a parar e encarou-me demoradamente. Olhei-te no fundo dos olhos e soube que eu já não sabia viver sem ti. Sem viver para ti.
Não suportando mais a distância, envolvi o teu pescoço e puxei-te com urgência, desejando passar a eternidade beijando-te, consumindo-te, tornando-te parte de mim.

é, eu sei que tudo na vida vem com seu lado bom e seu lado ruim. mas que o lado ruim sempre parece mais pesado, parece.

sabe como eu descobri o tamanho da sua importância pra mim? eu descobri que simplesmente não consigo não ficar bem com você, que nem com minha família.
olho pros seus olhos e sinto como se eu tivesse acolhida, sabe? sinto um morninho no coração e me sinto protegida. como se você me entendesse e se preocupasse realmente comigo. e você é a única pessoa que faz eu me sentir assim. desde que te conheci eu me sinto bem menos sozinha, sabe? e isso significa muito pra mim. e o seu sorriso... ah, o seu sorriso sempre me faz sorrir. te ver feliz simplesmente me deixa feliz.
você tá presa a mim, sabia? sabe aquelas pessoas que você nem pensa em perder? é você. porque se alguma coisa acontecesse, eu iria até o inferno te trazer de volta e ponto. 
pois é, às vezes também me pergunto se essa necessidade que eu tenho de você é sadia. mas depois eu penso: foda-se, não tem como não ser mais assim, mesmo. porque eu realmente PRECISO de você. e sinto muito a sua falta quando você não está e fico perdida sem seus conselhos (e pagações). 
e eu te amo tanto que só dizer que eu te amo parece tão pequeno... mas eu te amo mesmo. e MUITO. e queria que você soubesse que você pode contar comigo pra qualquer porra porque eu não posso te ver triste E QUEBRO A CARA DE QUEM TE CHATEAR. agradeço a sejá-lá-quem-for por ter te colocado na minha vida. ela tá bem mais bonita agora, viu? e valendo bem mais a pena de ser vivida.
não esquece que tem a mim não, viu? não deixa ninguém te fazer duvidar do meu amor, não.
tô com você. pra tudo.


(p/ alila, ok? ok. obg)

e quando eu penso em você, por alguns instantes eu tenho a absoluta certeza de que anjos existem, sim, e que você é o meu, liu.

e agora eu sinto que vivo numa constante batalha. eu luto contra mim, contra o que querem que eu seja, com o que eu sinto por você, com o que eu gostaria de ser mas não consigo...
eu brigo, eu tropeço, eu sigo, eu caio, eu levanto
e tudo isso pela certeza de que quando eu levantar, você vai estar lá esperando por mim de braços abertos;
tudo isso e o que for preciso pra saber que quando eu me erguer, eu vou ver o seu sorriso e sentir aquele friozinho na espinha que eu tenho sempre que te vejo, sempre que sinto o seu cheiro.

logo eu que sempre quis me proteger, sempre quis ser invisível, agora me pego torcendo pra que o meu olhar se torne transparente, para que você possa me olhar e perceber o tanto de querer que cabe em mim, o tanto de amor que eu nutro por você.

olhei dentro dos seus olhos e por um instante me perdi.
mergulhei na sinceridade do seu olhar, na doçura do seu sorriso.
me perdi na imensidão do carinho que sentia por ti, do sentimento que vinha nutrindo há um tempo.
e quando encarei seus lábios, me perdi completamente. 
parei pra pensar na forma como você fazia eu me sentir e em como me fazia bem, e sorri ternamente.
lembrei do gosto do seu beijo e do cheiro da sua pele,
lembrei dos seus suspiros e do seu toque;
e pela primeira vez em muito tempo, me senti bem em estar perdida,
que ao me perder em você, eu havia me encontrado.

eu só quero fechar os meus olhos por uns instantes. eu posso?
por um instante fugaz eu quero fingir que tá tudo bem. eu quero fingir que não vejo os olhares tortos que me lançam, que eu não vejo a decepção estampada nos seus rostos, que eu não acabei me tornando exatamente o oposto de tudo que um dia quiseram pra mim. 
eu quero ignorar o medo que eu sinto quando encaro toda essa situação. eu quero ignorar o aperto que eu sinto no peito quando eu olho pra frente, pro futuro. 
eu quero fechar os olhos e não ver o seu rosto na minha frente, não ver a dor que eu causei.
eu não quero abrir os olhos. não quando eu sei o que me espera.
me deixa aqui só mais um pouquinho. 
me deixa descansar e esquecer disso tudo. 
e só me chama quando tudo isso tiver passado, quando toda dor já tiver suavizado.
fora isso, não me chama, não. 
me deixa aqui sozinha. me deixa aqui mais um pouquinho.

Eu sinto muito que você tenha que envelhecer assim, de uma hora pra outra.
Que você tenha sido forçada a amadurecer às pressas
Que a sua vida tenha sido virada de ponta cabeça.
Que você tenha que sentir que está carregando o peso do mundo nas costas.
Que você tenha que permanecer lutando, mesmo sabendo que esta é uma batalha perdida.

não me pergunte o que me trouxe até aqui. a história é longa, é confusa, é cansativa. e eu nem sei responder.
a arte puxa. de todos os lados. com todas as forças. dá forças.
e é pra não parar no tempo que a gente corre. que a gente nem vê pra onde tá indo. que a gente nem sabe onde vai chegar. que a gente nem sabe onde va quer chegar.
um ritmo louco, quase frenético.
vozes, dúvidas, incertezas, angústias, medos.
e quem é que sabe o que vai ser quando crescer?
a verdade é que eu nem sei quem eu vou ser amanhã.
só seja. esqueçamos os rótulos.
eu sou eu. agora.
me pergunte daqui a cinco minutos.
ou nem se incomode. eu não vou saber responder, mesmo.

e eu sinto como se o seu silêncio gritasse no meu peito.

e ao invés de reagir, eu só me encontro sem rumo, na vã esperança de reconquistar o que havia sido construído;

na tola esperança de reter o que já se perdeu.

"I cheated myself

Like I knew I would

I told you I was trouble

You know that I'm no good"

Eu só queria silenciar esse medo que insiste em martelar nos meus ouvidos e me impede de ouvir o que as batidas do meu coração querem me dizer.

"vermelhos são seus beijos, que meigos são seus olhos"

e se eu cuspo as minhas verdades com palavras tão rudes é somente por tentar te proteger demais.

é apenas o meu jeito distorcido de tentar evitar uma decepção que pode até tardar, mas sempre vem.

talvez ele tenha razão. talvez só pensemos demais.

rotina

mais uma vez meus pensamentos se voltaram pra você.

e mais uma vez eu tentei fugir.

é estranho quando eu penso sobre isso, e não sinto nada.

mas, mais estranho que isso é que, no final, eu volto a sentir tudo de novo.

Seus beijos agora me entorpeciam e eu sentia como se precisasse deles.

Num ímpeto, apertei o seu corpo e você suspirou.

Um suspiro cheio de desejo. Suspiro que fez o seu corpo tremer e o meu clamar pelo seu.

eu queria te trazer pra mais perto, te consumir, te devorar, te tornar parte de mim.

Chovia.

Eu já não sabia mais onde estava, ou o que pensar. Tudo o que eu sabia é que eu havia te perdido para sempre.

Uma brisa fria atingiu o meu rosto e eu fechei os olhos, imaginando te abraçar mais uma vez, e quase consegui sentir o seu cheiro. Meu coração se esmigalhou quando eu percebi que nunca mais te teria nos meus braços.

Olhei mais uma vez para o seu rosto pálido no caixão e respirei fundo.

Será que algum dia eu te encontraria novamente? Será que você lembraria de mim?

Me aproximei do seu corpo gélido e acariciei os seus cabelos suavemente. Sua expressão estava serena e você parecia sorrir. Como alguém poderia sorrir quando o mundo perdera a cor, os sons, os cheiros?

As lágrimas escorriam livremente pelo meu rosto e eu não me importava com os outros.

Como me importar com alguma coisa, se a minha vida fora bruscamente arrancada de mim?

Senti vontade de gritar, de me machucar, de machucar o mundo!

Até respirar se tornara doloroso.

Beijei-te ternamente uma última vez e parti para a chuva, deixando as migalhas do meu coração pelo caminho, esperando que, um dia, você pudesse me reencontrar.