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domingo, 29 de novembro de 2009

Basta Abrir os Olhos




A
corde
e perceba o quanto isso a machuca.
Se você tirasse os olhos do próprio umbigo, por um minuto,
perceberia que o mundo não gira ao seu redor,
e que você não é a única pessoa com sentimentos por aí.
Ou pelo menos, só finja que se importa, e pare de esfregar na cara dela, essas verdades que ninguém quer ver.
E ela já tentou; já deu o máximo de si, mas isso é simplesmente impossível.
E a pior parte é que você parece não fazer nem noção do quanto isso a afeta.

domingo, 22 de novembro de 2009

Tudo Igual




Lágrimas nos olhos
Coração ferido
Mente à mil
Pensamento em você
Saudade no peito

"Não sei se posso viver sem você."

Mãos em punhos
Arrependimento
Rancor violento
Sede de vingança

"Mas que merda eu fui fazer?"

Olhar vago
Pensamentos meus
Pensamentos seus
Pensamentos nossos
Confusão

"Ou será que...?"

Sorriso no rosto
Vento forte
Cabelos soltos
Liberdade, enfim
Conformismo

"Olhando para o passado não gosto do que vejo. Mas estranhamente, não penso mais em você"

Olhos arregalados
Surpresa
Frustração
Tédio

"Ah, mas que m... De novo, não!"

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Antes tarde...





Ela agora conseguia ouvir o barulho das rachaduras.
Por quanto tempo ela havia se escondido por detrás daquela máscara? Por quanto tempo ela se fechou naquela cápsula protetora? Por quanto tempo ela achou que se encontrava segura ali?
Aqueles dias felizes pareciam fazer parte de outra vida; aquela garota sorridente parecia ser outra pessoa. Era simplesmente horrível pensar na sua vida e só conseguir narrá-la na terceira pessoa.
E agora que ela tinha saído do seu casulo, tudo parecia próximo demais, nítido demais.
Agora que o seu muro havia sido demolido, será que ela conseguiria reerguê-lo? Ela havia passado tanto tempo confinada ali, que agora, tão exposta, ela se sentia completamente vulnerável e frágil. Agora ela era obrigada a encarar a situação - da qual ela fugira inutilmente, durante tanto tempo - de frente. Não havia mais alternativa; não tinha mais como fugir; como procrastinar. Então ela se ergueu, inspirou uma grande golfada de ar, engoliu em seco e estufou o peito. Havia uma longa estrada pela frente, mas era hora de correr atrás do prejuízo.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009




O salão estava lotado.
A música pulsava, as luzes piscavam, os corpos se agitavam em direções distintas, os casais brincavam descontraidamente, as amigas montavam coreografias bobas.
Se o som não fosse tão alto, o salão ecoaria em risadas e flertes desajeitados. Aquela noite havia sido esperada por tanto tempo! Era um refúgio, onde todos os problemas e preocupações eram deixados na porta, sem garantia de devolução. Ali todos se sentiam à vontade, pois cada estava tão ocupado em se divertir, que não sobrava tempo para comentários maldosos sobre danças, casais ou até mesmo roupas. E ela se sentia leve! Leve, como não se sentia há muito tempo. Quando uma música animada tocou, todas as coisas ruins que vinham ocupando a sua mente durante a semana, de repente pareciam tão pequenas que se tornaram irrelevantes. Ela só queria se libertar! Dançar até seus músculos protestarem; até a festa acabar. Então ela embalou-se no ritmo e parou de pensar. Seus pés se moviam ritmadamente, sem nenhum esforço. E de repente, algumas pessoas começaram a se juntar a ela. Todos com o mesmo propósito: dançar. Dançar com o corpo, dançar com a alma! Libertar tudo aquilo que vinha se acumulando durante aquela semana de cão. E era surpreendentemente fácil.
Ali, naquele ambiente tão conhecido e agradável, ela simplesmente não conseguia parar de sorrir; ali, todos os problemas se tornavam ínfimos, insignificantes; ali, ela era simplesmente ela mesma e nada podia afetá-la.
Era simplesmente um paraíso; um paraíso quente, animado e dançante.