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segunda-feira, 28 de novembro de 2011

- E se...? - num impulso, inclinei-me rapidamente e busquei os teus lábios.
E por mais horas que já tivesse perdido tentando imaginar este momento, nunca havia feito jus à tua doçura. Perdi a noção do tempo enquanto perdia-me em ti.
Quando nossas bocas separavam-se, mesmo que por milésimos de segundo, eu sentia como se o ar me faltasse, como se eu perdesse o chão.
Beijava-te como se dependesse disso pra viver. E dependia.
Alternava entre terno e desesperado. Segurava-te firmemente entre as mãos com medo de que escapasse, de que esvaísses e tudo aquilo fosse apenas mais um sonho.
O roçar suave do teu cabelo no meu rosto era como um sopro dos anjos. Acalentava-me. Trazia-me paz e desejo. E eu queria mais, sempre mais.
A tua voz era como um cântico dos céus, entoado pela criatura mais bonita e pura. Eu podia alcançar o êxtase só em ouvir-te. Quando sussurravas o meu nome, ou entoava alguma cantiga enquanto aninhava-me, eu sentia-me no paraíso. E se a falta de ti não me torturasse tanto, eu bem poderia admirar-te até o fim dos tempos. E digo isso com o fundo do meu coração.

Forçastes-me a parar e encarou-me demoradamente. Olhei-te no fundo dos olhos e soube que eu já não sabia viver sem ti. Sem viver para ti.
Não suportando mais a distância, envolvi o teu pescoço e puxei-te com urgência, desejando passar a eternidade beijando-te, consumindo-te, tornando-te parte de mim.