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sábado, 3 de julho de 2010

cartas pra ninguém



Existem muitas coisas que eu não sei, muitas perguntas das quais eu não tenho as respostas, mas se tem uma coisa que eu sei é que, não importa quanto tempo passe, o seu perfume ainda entorpece os meus sentidos e brinca com o seu bom-senso.
Por isso eu fujo de você, eu corro das lembranças, eu fecho os olhos quando você passa, e continuo repetindo pra mim mesma que eu já não sinto a sua falta.

Mas eu fecho os olhos e vejo o seu rosto.
Vejo você nitidamente na mais profunda escuridão.

Mas você nunca vai saber disso.
Não vai saber porque os raros momentos que eu passo com você, não diminuem a dor que eu sinto quando você vai embora; não preenchem o vazio que você deixa, toda vez que parte.
Por isso eu desenvolvi esse hábito de escrever. Não por você. Por mim.
São palavras que se desfazem ao vento, palavras mudas;
São cartas e poemas que nunca chegarão a você.
Eu já cansei de tentar explicar o que eu sinto.
Só eu sei o amor que sempre tive em mim.

-


Eu tento te esquecer, mas tudo que eu escrevo é sobre você;
Eu não posso me enganar, fingir que estou bem, porque não estou.
Preciso de você, preciso de você essa noite.