Solidão

Mais uma vez minhas mãos trêmulas tentaram sufocar um grito - um grito que vinha sido contido há muito tempo; um grito cortante, dolorido, que quando escapou, atravessou essa escuridão na qual me encontro; que extinguiu toda a força que me restava.

E eu gritei.
Gritei com cada fibra do meu corpo.
E então eu caí de joelhos naquela terra que tantas vezes amparou minhas lágrimas em segredo.

Mas eu já não posso mais suportar este sentimento de que estou sempre a remar contra a corrente, de que estou sempre por conta própria.

Então eu fecho os olhos e respiro o mais fundo que posso.
Passo as mãos frias pelos cabelos, num gesto quase impensado,
Procurando forças ou um motivo para seguir;
Tentando ignorar essa solidão que me acompanha onde quer que eu vá.