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sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

no meio de dentro da tempestade

a chuva castiga o teto acima da minha cabeça.
cada gota estronda e ecoa
dentro e fora de mim

fecho os olhos e procuro o ritmo da chuva

desritmado, desenfreado.
como eu.

suspiro.
eu daria tudo pra estar lá fora.
sentir a chuva,
tão parecida comigo,
se fundindo com a tempestade dentro de mim.

talvez aquele seja o jeito de externar o que se passa aqui dentro.

um relâmpago corta o céu.
agora é só uma questão de tempo.
sempre foi.

com um estrondo que parece tremer o teto, ele se faz presente.

sorrio quando percebo a ironia.
logo eu, que sempre temi tempestades,
agora não poderia me identificar mais.

tinha algo naquelas luzes, naqueles ruídos
que me acalmava, acalentava;
fazia sentir como se eu não estivesse tão sozinha...
iludia.

o vento se agitou ainda mais lá fora,
mas não tanto quanto aqui dentro

algo se contorce mais forte nas minha entranhas.
há dias que essas nuvens vêm se formando.
talvez mais.
não só lá. aqui.
aqui muito mais negras e carregadas que lá fora

um frio corre pela minha espinha e eu me estremeço.
algo me diz que essa tempestade está só começando.


-


But I cannot forget
Refuse to regret
So glad I met you
Take my breath away
Make everyday
Worth all of the pain that I have
Gone through
And mama I've been cryin'
'Cause things ain't how they used to be
She said "The battle is almost won,
And we're only several miles from the sun"




liar.

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