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sábado, 14 de setembro de 2024

como tudo começou

 


Então essa é a festa do ano?! – uma garota que estava encostada na parede examinando a festa com olhos argutos, reclamou contrariada. Era Natasha Romanoff. Nat, como gostava de ser chamada, era uma mulher nem muito alta, nem muito baixa. Mas algo sobre sua presença fazia 80% dos olhares das pessoas presentes se virarem para ela, em todo lugar que chegava. Não bastasse seu sex appeal, ela possuía cabelos ruivos vibrantes, olhos azuis, que contrastavam maravilhosamente bem com sua pele alva e um corpo curvilíneo de dar inveja a qualquer um. Sua boca carnuda, constantemente avermelhada, lhe dava um ar sexy e provocante. Sua boca agora formava um bico enfezado, que fez a amiga rir. – Pelo que me disseram, eu realmente esperava mais.

- É, pra aquela propaganda toda que você fez, ta bem meia boca né? – Kate Bishop comentou entediada. Kate era uma garota alta, de corpo esbelto e esguio e rosto quase covardemente lindo. Sua pele um pouco menos pálida que a da amiga, possuía sinaizinhos discretos que lhe conferiam um charme, que combinava com sua personalidade reservada. Kate possuía longos cabelos castanhos lisos com ondas naturalmente mais claras nas pontas. Já era quase cansativo ter que explicar que ela nunca havia pintado o cabelo na vida. Mas diferente da beleza mais “mulherão” de Nat, Kate possuía um rosto que sempre fazia as pessoas deduzirem que ela era mais nova do que realmente era. Não bastasse ter os olhos tão encantadoramente expressivos, Kate possuía heterocromia central. Seus olhos eram uma mistura de mel com traços esverdeados, que se tornavam ainda mais evidentes na luz do sol. Seus lábios tinham uma aparência macia e envolviam um sorriso que, geralmente, se dividia entre doce e sedutor. Principalmente quando ela “estava pra game”, segundo Natasha, que era quando ela sorria e involuntariamente passava a língua nos dentes superiores.

– Mas se eu já perdi as contas de quantas pessoas lindas já chegaram em você, imagina se tivesse boa, né?

- Nah, ninguém interessante o suficiente. – Natasha disse avaliando o perímetro da festa, como quem procurava uma caça. Kate riu.

Kate e Nat haviam se conhecido no primeiro ano do ensino médio. Nat tinha sido transferida de alguma escola qualquer porque sua família, aparentemente, tinha se mudado novamente. Receptiva e simpática como sempre fora, Kate fez questão de se apresentar (enquanto os outros colegas só sabiam cochichar e espiá-la de forma nada discreta) e apresentar o colégio, onde consequentemente Kate apresentou a mais nova amiga ao seu amigo de infância, Peter Parker. Pra alegria de Kate e Peter, eles não poderiam ter se dado melhor. Nat vinha de uma família Russa, mas havia saído de lá quando era criança. Aparentemente sua convivência com a família não era das melhores. Atualmente ela morava com uma tia distante e não podia ver a hora de ter idade suficiente pra morar sozinha.

Mal sabiam eles que eles não só terminariam o ensino médio juntos, como conseguiriam entrar pra mesma faculdade e que Kate e Nat morariam juntas também! Nat nunca tinha morado com ninguém que ela se desse bem, e Kate não era muito próxima da sua família também, então as duas não podiam estar mais felizes por aquela façanha do universo. A partir daí ela e Kate se tornaram ainda mais inseparáveis. É claro que vez ou outra elas discordavam de algumas coisas, mas nada que elas não pudessem sentar e resolver como amigas/irmãs sensatas que eram. Se tinha uma coisa que as duas valorizavam muito era o diálogo e a sinceridade.

Elas estavam recostadas preguiçosamente num canto da sala de... de quem era aquela casa mesmo? Kate varreu a sala com o olhar e não viu nenhum rosto conhecido. Ou interessante o suficiente. Nat aparecera animadíssima com a notícia da festa, algumas horas atrás e praticamente obrigara Kate a acompanhá-la. Agora que parara pra pensar, Kate não fazia idéia de quem organizara aquilo. Provavelmente algum amigo aleatório da Nat. Não era como se Kate estivesse muito interessada tampouco. 

É claro que conhecendo Natasha, Kate tinha certeza de que ela já sabia daquela festa há algum tempo e deixou pra lhe comunicar de ultima hora, pra que Kate não tivesse tempo de elaborar e ensaiar alguma desculpa pra não ir. A verdade é que Kate nunca fora boa em mentiras, seus olhos eram muito expressivos e transparentes.

De qualquer forma, elas estavam na sala de alguma pessoa qualquer. O motivo da festa? Finalmente todos do seu semestre (incluindo Peter, pra alegria das duas) haviam enfrentado o último dia de faculdade na sexta-feira e não iam deixar aquele sábado passar em branco. Depois do que parecera uma eternidade, de vários ansiolíticos e surtos atrás de surtos, aquela tortura finalmente acabaria. Não que jovens cheios de hormônios e um enorme potencial pra estupidez precisassem de algum motivo pra encher a cara e transar com qualquer um que passasse pela frente, Kate concluiu com um sorrisinho após passar o olhar rapidamente por aquele caos.

A casa era enorme e a mobília, notavelmente cara, havia sido posta de qualquer jeito nos cantos dos cômodos. Kate já perdera a conta de quantos vasos, abajures e enfeites já haviam sido destruídos. Pobres dos donos da casa. Quer dizer, pelo pouco que ela vira da casa, eles eram tudo menos pobres. Isso porque ela nem fora aos andares de cima. A não ser que ela quisesse improvisar um suingue, não tinha motivo nenhum pra ela chegar perto daqueles quartos.

O som estava no maior volume possível, havia álcool, drogas e sexo por toda casa e todos pareciam estar se divertindo. Homens e mulheres bebiam tequila no umbigo de uma veterana qualquer; pessoas se pegavam na escada, no sofá, na cozinha, no jardim, na piscina; alguns homens babacas faziam fila pra beber cerveja de cabeça pra baixo; algumas mulheres dançavam (de uma forma que deveria ser sensual) para atrair os homens; homens beijavam homens, mulheres beijavam mulheres; pessoas consumiam drogas abertamente. Estava um caos. Isto é, era como um dia comum numa festa de faculdade, potencializado ao infinito.

- Ehn. Mas você só não pegando ninguém porque não quer. Já vi várias pessoas te secando. – Nat comentou, sorrindo orgulhosa. O que era verdade.

- Não quero qualquer uma, você sabe. – Kate comentou dando de ombros. Na verdade ela nem era tão fã de festa assim, mas era mais fácil dar um tempinho naquela pequena amostra de Sodoma e Gomorra do que ter que passar pelo menos quarenta minutos tentando convencer Natasha de que tudo que ela queria era ficar deitadinha, maratonando alguma série na casa delas. 

Era incrível como elas podiam ser tão diferentes e se darem tão bem. Na realidade  na maioria das vezes elas eram extremos opostos, mas isso não as impediu de perceberem, no dia que se conheceram de que era uma espécie de almas gêmeas.

/flashback/

Havia algumas semanas desde que Natasha havia se estabelecido no colégio novo. Era uma manhã monótona de terça-feira e ela, Kate e Peter estavam na arquibancada da quadra de basquete do colégio, matando a aula de física, falando um pouco mais sobre suas vidas, fofocando e se conhecendo melhor. Kate estava sentada em um dos bancos e Nat estava deitada no seu colo,  contando alguma coisa sobre como ela não havia conseguido se adaptar nos colégios anteriores, enquanto Peter adiantava uma tarefa de alguma matéria que ainda nem havia sido passada (nerd) e conseguia participar da conversa.

Peter Parker era o melhor amigo de Kate desde que ela se entendia por gente. Kate, que sempre fora uma pessoa com facilidade de socializar, já conhecia quase todos os seus novos coleguinhas na metade do primeiro dia de aula, mas nenhum deles parecia tão interessante quanto aquele garotinho de olhos e cabelos castanhos, pele alva e camisa do homem aranha que estava sentado no cantinho da cafeteria sozinho. Kate não pensou duas vezes em largar seus novos coleguinhas e ir mostrar seu lagarto novo, que ela havia achado há dez minutos atrás, pro menininho franzino. E foi o que bastou, depois de alguns minutos conversando sobre suas cores, desenhos e heróis favoritos, os dois já tinham a certeza de que nunca mais se sentiriam sozinhos enquanto estivessem juntos. E claro que Peter foi convidado pra ser o pai do lagarto novo de Kate. Paternidade que só durou até o final da aula, porque Kate acabou matando ele sufocado no seu estojo do gavião arqueiro.

Diferente do lagarto que morreu no fim do mesmo dia em que eles haviam se conhecido, a amizade de Peter e Kate só se tornou mais sólida e duradoura. Suas famílias já se conheciam, eles faziam viagens juntos, faziam festas do pijama... Eles haviam se tornado tão próximos que algumas pessoas pensavam que eles realmente eram irmãos. Pra eles não era diferente.
Com o passar dos anos, pouca coisa mudou, exceto que Kate se tornou uma das alunas mais lindas do colégio onde eles se conheceram e Peter não tinha mais nada de franzino. Ele cresceu bastante durante as férias do ensino fundamental, começara a malhar, andar de skate e derretia metade dos corações por onde passava.

Nat estava contando do único amigo que havia feito em um dos colégios que passara, Steve, quando uma voz masculina gritou um “EI!” da quadra, fazendo os três se estremecerem e procurarem o dono daquela voz. Eles estavam tão absortos nas fofocas e agora na história de Natasha, que eles nem perceberam que tinha um jogo acontecendo. Ou um treino, sei lá. Nenhum dos três estava muito interessado.

- EI, BISHOP! 

Quando Kate percebeu a quantidade de olhares que aquele grito atraiu pra eles, ela praguejou mentalmente. O dono da voz era um segundanista muito bonito, de cabelos pretos e olhos castanho-escuros.

Constrangida e um pouco confusa, Kate fez uma cara contrariada e encarou-o rezando pra que aquilo acabasse logo. “Que foi?!” ela perguntou entredentes, sem emitir som algum. Ela odiava ser o centro das atenções.

- Essa é pra você! – Ele disse, acertando uma cesta de três pontos enquanto piscava pra ela.

Aquilo fez os pouquíssimos olhares que ainda não estavam direcionados pra ela, se virarem pra ela. Kate sentiu seu rosto ruborizar e beliscou Natasha que começou a rir. Quando o riso começou a se transformar numa gargalhada ao perceber o quão corada Kate tinha ficado, Kate deu um tapa na testa da amiga e tapou sua boca, só tirando, quando a risada da outra se tornou mais contida. Peter tinha um sorrisinho discreto. Não era como se ele não quisesse rir da situação da amiga, mas enquanto Kate tapava a boca de Natasha, seu olhar mortal dizia a Peter que se ele não quisesse sofrer consequências, era melhor ele obedecer. E como Peter era muito tímido e sabia que sua melhor amiga era bastante vingativa, ele usou todas as sua forças pra não rir e nem fazer nenhum comentário engraçadinho.

- Eu não sabia que você tinha um crush no Noah! – Natasha riu, enxugando as lágrimas provocadas pelo riso, com as costas da mão, se levantando do colo da amiga, sentando-se ao seu lado.

- Talvez porque eu não tenha?! – Kate sibilou entredentes, revirando os olhos.

- Eu a- pera. Não? – Natasha perguntou confusa. – Mas todo mundo tem. Até as veteranas.

- Vamos dizer que ele não faz o meu tipo. – Kate falou baixinho, voltando a ficar enrubescida e dessa vez Peter não conseguiu segurar uma risada anasalada. Natasha pareceu ainda mais perdida. Kate nunca havia feito a linha tímida e o Peter claramente parecia entender algo que a ruiva não fazia ideia. E se tinha uma coisa que eles tinham aprendido nas ultimas semanas é que Natasha não conseguia respirar se ela não soubesse de algo que provocasse sua curiosidade. “Lá vamos nós...” disseram Kate e Pete em telepatia quando perceberam o olhar da ruiva sobre eles. Conversar por telepatia era uma coisa tão comum entre os dois que às vezes eles nem percebiam que não tinham falado em voz alta.

- Ah, claro... Por que um cara gato, simpático, popular, educado e inteligente faria seu tipo? – Nat perguntou com uma sobrancelha arqueada. – Ah, qual é, Pete, me ajuda aqui. A Kate tem um crush secreto ou é casada com alguém que eu não conheço?

- Me deixe fora dessa, Red. – Peter comentou, erguendo as duas mãos em sinal de rendição. – Eu sou a Suiça no meio de vocês duas.

- Escuta só, Parker, você só vai sair vivo depois desse comentário porque é um assunto meu. Mas Suiça é o caralho, garoto! Sou sua amiga desde que você fazia xixi nas calças e vinha pra escola vestido de homem aranha toda semana. – Kate reclamou contrariada, fazendo Natasha rir e Peter corar e murmurar algo sobre o melhor herói de todos os tempos.

- Ta, tudo muito legal, tudo muito engraçado, mas por que vocês dois ficaram tão esquisitos de uma hora pra outra? Por que as atrações da Kate são “assunto dela”? E por que o Pete ficou com essa cara de quem sabe de alguma coisa que eu não faço nem ideia?!

- Pra quem tira notas tão boas, você é um pouco lenta, Red. – Peter comentou rindo e nem Kate pôde deixar de sorrir. Aquela foi a gota d’água pra atiçar a curiosidade mórbida da ruiva.

- Como assim lenta? O que foi que eu perdi?!

- Ele não faz o meu tipo, Nat. – Kate repetiu e Peter parecia vermelho de esforço em manter a expressão séria.

- Como não faz? – Natasha perguntou novamente, segurando os ombros de Kate, já parecendo desesperada.

- Ele faz o seu? – Kate perguntou com a sobrancelha erguida, querendo desconversar. Ou só pirraçar a amiga, era difícil dizer com certeza.

- Ahm... Não. – Natasha respondeu, ainda visivelmente confusa. – Mas isso não quer dizer nada. Nós podemos apenas ter gostos diferentes.

- Pois bem. – Kate disse revirando os olhos, aproveitando a confusão da amiga, pra mudar de assunto. – Mas voltando ao que você dizi-

- Você acha realmente que vai mudar de assunto assim tão fácil, Katherine?

- “Katherine”? – Kate perguntou rindo. – Desde quando você me chama assim, Natasha?

- Desde quando você tenta me dar uma volta. – Nat reclamou fazendo careta, enquanto Pete ria, embora seu lápis corresse pela atividade de matemática avançada numa velocidade assustadora.

- Eu não estava dando volta coisíssima nenhuma... – Kate tentou mentir, o que fez Nat gargalhar. 

- Alguém já te disse que você é uma péssima mentirosa?

- Já. – Kate e Peter responderam em uníssono e Kate sorriu timidamente. – Ta, ta, ta. Que é que você quer saber?

- Se o Noah não faz o seu tipo, quem faz? – Nat perguntou, os olhos azuis brilhando de curiosidade.

- É sério isso?

- Seríssimo. 

- Você não vai me deixar em paz enquanto eu não disser, né?

- Olha só como ela é sagaz. – Nat debochou, fazendo Kate mostrar a língua e Peter largar a atividade pra assistir aquela cena hilária. Ele não lembrava de já ter visto Kate contar aquilo a alguém.

- Ok, não é como se fosse um grande segredo. Aliás, pra quem tá debochando da minha “sagacidade”, já comprovamos aqui que você é bem lenta. – Kate disse rindo junto com Peter. Natasha se limitou a revirar os olhos.

- Ok, ok. Claramente eu sou muito lerda. Dá pra explicar que caralhos eu venho perdendo nessas semanas?

- Você já nos viu falar de algum time de basquete? – Kate perguntou divertida e Peter parecia segurar o riso.

- Ahm... não.

- Você já me viu falar de algum cara aqui no colégio?

- Hm... Nunca tinha parado pra pensar nisso, mas também não.

- Você já nos viu prestar meia atenção nos jogos de basquete, futebol ou algum outro esporte desses ogros fedorentos daqui? – Kate perguntou pacientemente, como se explicasse a uma criança que 2+2=4.

- Não. – Nat murmurou como se nunca tivesse pensado nisso antes. Muito provavelmente porque não tinha.

- E por que você acha que a gente mata aula pra ficar aqui na quadra? – Kate perguntou com a sobrancelha arqueada, claramente prendendo o riso. Peter, a essa altura, mal conseguia fechar os dentes. Algo na cara dele parecia estar esperando pacientemente a amiga juntar as peças de um quebra-cabeça lógico. Provavelmente de quatro peças.

- Pera... – Nat murmurou enquanto parecia escanear a quadra em busca de uma resposta. Seus olhos passavam atentamente pelos jogadores, pelas pessoas espalhadas na arquibancada, nas líderes de torcida até que sua boca se abriu de forma surpresa enquanto uma lâmpada de desenho animado parecia se acender em cima da sua cabeça. – AS LÍDERES DE TORC-

- SSHHH! – Kate exclamou exasperada, enquanto era a vez de Peter gargalhar.

Como que pra confirmar a teoria de Nat, Toni, a capitã das líderes de torcida, incrivelmente linda, de pele cor de avelã e olhos amendoados deu um sorrisinho cheio de insinuações pra Kate, que deu um tchauzinho e um sorrisinho pra a mesma.

- Caralho, eu sou uma anta. – Natasha riu de si mesma enquanto Kate puxou a cabeça da amiga pro seu ombro, rindo também.

- Não é pra tanto, amiga. Só o seu gaydar que é ruim. 

- Ruim não, terrível. – Peter comentou enquanto seu lápis voltava a deslizar de forma assustadoramente rápida sobre o livro de matemática, fazendo Kate rir e Natasha se fazer de indignada.

- Mas desde quando você...? 

- Acho que eu sempre soube, na real. Só que acho não tinha maturidade pra lidar com isso quando era mais nova. Hoje de em dia que eu entendo algumas situações que eu vivi quando era mais novinha. É aquele tipo de coisa que não adianta ninguém tentar te dizer ou apressar. Você entende quando ta pronta pra entender, eu acho.

- Correção: nós sempre soubemos. Lembra que você meio que se apaixonava por minhas namoradinhas e parecia ter mais ciúmes delas que de mim? – Peter perguntou risonho, fazendo Kate rir nostálgica.

- Acho que a Olivia foi meu maior crush. – Kate comentou pensativa. – Namoradinha do Peter na quinta série. – ela explicou pra Nat, que riu, achando fofo.

- E vocês nunca brigaram? 

- Bros before hoes, bitch. – Peter brincou, cumprimentando Kate com um high-five. – Mas sério, não, nunca brigamos por isso. 

- Na verdade, eu acho que nós nunca brigamos de verdade por nada. Na real, acho que nunca ficamos sem nos falar por mais de algumas horas. – Kate comentou pensativa, deitando a cabeça no ombro de Peter, que fez um carinho com polegar na mão da amiga.

- É, eu acho que por mais que a gente não entendesse com a cabeça e maldade que temos hoje, nós já entendíamos mais ou menos a nossa dinâmica. E se a gente parar pra pensar, criança é um ser muito puro. Pra mim a Katie só tinha tanto bom gosto quanto eu. – Peter comentou rindo, fazendo as outras duas rirem também.

- Só anos depois que viemos perceber que não era tão natural assim pra outras pessoas. – Kate comentou com uma expressão desanimada, recebendo um cafuné do amigo.

- E porque você não comentou nada disso antes? – Nat perguntou simplesmente.

- Porque eu achei que era meio óbvio. Não? – Kate perguntou com o semblante risonho. Depois de alguns segundos refletindo, Nat riu da própria falta de atenção. – Não é algo que eu tenha vergonha, sabe? Mas eu não preciso sair gritando isso aos quatro ventos, né? E eu realmente achei que você sabia.

- Nossa, eu acho que eu realmente precisava te conhecer. – Nat riu, abraçando a amiga.

- Concordo plenamente. – Kate sorriu convencida e recebeu um tapa na cabeça de Nat. – Até porque que tipo de bi curiosa tem o gaydar tão ruim?

- Pera, pera. – Natasha parou de novo. Kate quase conseguia ver a fumacinha saindo dos ouvidos da amiga enquanto ela tentava processar o que acabara de ouvir. Fez um esforço enorme pra não rir. – Você sabe? Como você sabe se eu mal sei?

- E mais importante – Peter interrompeu indignado – eu to aqui sendo maior fofinho e você diz que tinha que conhecer só a Kate, Romanoff? E eu acho que só você não sabia aqui. – ele complementou provocando Natasha, fazendo Kate rir.

- E, te respondendo, ruiva: porque eu vejo a forma como a minha melhor amiga olha pra outras mulheres. – Kate respondeu sorrindo, dando um beijo na bochecha de uma ruiva aturdida. – E é preciso uma pra reconhecer a outra. Ao contrário do seu, o meu gaydar é muito bom, ta?

- Então você é bi? – Natasha perguntou pensativa fazendo Peter gargalhar. Ele sabia a “leve” repulsa que a amiga sentia de homens.

- Deus que me defenda. Graças a sei la que divindade, eu gosto só de mulheres. Tenho meio que preguiça de homem e zero atração. Sei que muita gente acha muito cedo pra saber, mas como nós vamos morar juntas até envelhecermos, eu aposto um doritos e uma coca gelada que isso nunca vai mudar. – Kate disse fingindo seriedade, fazendo Nat rir. 

- Eu to fora dessa aposta. Sei que minha amiga é 100% sapatão. – Peter comentou, já de volta a tarefa.

- É errado eu não saber o que eu sou? – Nat perguntou pensativa.

- Claro que não, meu amor. – Kate disse abraçando a amiga. – O importante é você saber quem você é. E eu sei. Você é uma das pessoas mais incríveis, admiráveis e maravilhosas que eu já tive a sorte de conhecer!

- Tá querendo me comer, Kate? – Natasha perguntou rindo, fazendo Kate gargalhar e dar-lhe um peteleco na orelha.

- Vai dando graças a deus que você caiu na friendzone da Kate, senão dessa você não saía ilesa, Red. – Peter comentou, entretido nos seus cálculos, fazendo Natasha gargalhar e Kate revirar os olhos.

- Vai se foder, Parker. – a morena respondeu com uma careta que fazia desde criança, fazendo o amigo rir.

- Ué, disse alguma inverdade? – ele indagou olhando ela nos olhos, visivelmente prendendo a risada.

- Já passou da hora de mudar de assunto. – Kate resmungou fazendo os amigos gargalharem e cada um beijar um lado da sua cabeça. 

/fim do flashback/

E lá estavam elas, anos depois, e nada havia mudado pra Kate. Nunca fora uma fase como sua mãe rezou que fosse. Dona Eleanor fez promessa e o caralho a quatro pra Kate gostar de homens, mas you can’t pray the gay away né mesmo?!

Já Nat ainda preferia não se rotular, apesar de nunca ter tido um relacionamento sério com homem nenhum. Pra esses ficavam apenas algumas ocasiões bêbadas ou uns casinhos de uma noite.

E, apesar de Nat estar sempre com uma pessoa nova (seguindo seu suposto ideal de "curtir a vida"), Kate vinha ficando com Jessica há alguns meses. A intenção de Kate sempre fora namorar, mas Jessica sempre dava um jeito de dizer que não se via num relacionamento monogâmico ou de mudar o rumo da conversa. Um dia ela teve a coragem de dizer pra Kate que ela não queria se pensei num relacionamento porque queria curtir "festinhas universitárias" e não queria perder a oportunidade de conhecer alguém incrível. Como Kate estava bem cadelinha por ela, aceitou até onde deu. Bom, até uns meses atrás, quando Kate percebeu que aquela “relação” estava lhe fazendo muito mais mal do que bem. Se Jessica não queria namorar, ela não ia continuar se magoando, se contentando com migalhas. Dois meses após Kate terminar aquela palhaçada, Jessica mudou o status pra namorando. Isso mesmo, um namoro. Fechado. Com outra mulher.

Kate riu amargamente quando recebeu aquela notificação e percebeu que 500 days of Summer só podia ter sido feito pra ela. Mais Tom Hansen que ela, impossível. Bom, pelo menos Tom conheceu a Autumn logo no fim do filme, enquanto Kate levava dois meses pra se apaixonar por alguém e um ano pra superar.

Nat, que nunca gostara muito de Jessica, porque percebia que ela nunca dera o valor necessário à amiga, achou que Kate tirara a sorte grande e, desde então, passava todo tempo tentando fazê-la ficar com alguém. Kate, porém, tinha a leve desconfiança que ela estava feliz mesmo porque achava que agora teria uma parceira pra sua vida de crime. Aquela era a primeira vez desde o terceiro ano do colégio que as duas estavam solteiras ao mesmo tempo. Bandida.

Já Peter (ou ”o traíra”, como Nat vinha chamando-o recentemente) não poderia estar mais comprometido e apaixonado. Ele conhecera MJ, ou Michelle Jones pros menos íntimos, no campus do seu curso e estava faltando a festa do mesmo pra aproveitar a casa sem seus colegas de quarto pra passar uma noite romântica com a sua amada. Fofo, né? Deus sabe o que Kate daria pra estar fazendo o mesmo...

- Às vezes eu te acho muito exigente. E com "às vezes", eu quero dizer "sempre". – Nat implicou, virando o seu copo e Kate riu. – Vamos aproveitar a noite!

- Não to no clima, Romanoff...

- Pensa bem: se você ficar com alguma babaca ou alguma qualquer, vai ficar tudo bem.

- Sei que vou me arrepender de perguntar isso, mas: por quê?

- “Por que”? É óbvio, minha cara Bishop: simplesmente porque você provavelmente nunca mais as verá ou vai estar tão bêbada que provavelmente não se lembrará de nada disso amanhã.

- Não sei não... Eu preciso de alguém interessante que tire a Jess da minha cabeça. – a mais alta comentou amarga, passando a mão pelos cabelos.

- Ok, então vamos à caça! – Nat animou-se.

- Você ao menos ouviu uma palavra do que eu disse?

- Ouvi. E como você espera conhecer alguém interessante se nem ao menos desencosta dessa parede?

- Eu... – Kate balbuciou. Nat estava certa. Ela não iria ficar ali perdendo tempo enquanto Jessica provavelmente estava conhecendo a família da namorada nova. Ela já havia passado dias e dias remoendo isso e não deixaria mais que aquilo continuasse. Jessica era página virada e aquela seria a ultima festa do semestre. Ela tinha mais é que aproveitar.

- Exato! Então vamos ficar bêbadas e conhecer algumas pessoas! – Nat exclamou pegando dois shots de tequila. Aparentemente ela interpretara o silêncio de Kate como um "Claro, Nat, você está sempre certa!". Típico.

- Se não tem outro jeito... – Kate rendeu-se com um sorriso malicioso. Ela pegou um dos copos. Era hora do jogo.

- A novas pessoas e novas experiências! – Nat brindou.

- Amém!

Kate agora se encontrava bêbada e sozinha, completamente sem noção do tempo. Nat estava se pegando com alguma caloura em algum canto e ela estava na cozinha procurando alguma garrafa de... de quê mesmo? Ah, pouco importava. O importante era que tivesse um teor de álcool considerável.

Ela tinha acabado de encontrar, quando ouviu um soluço. Olhou ao redor e viu uma loira sentada no canto escuro da cozinha, chorando.

- Alô... Tá tudo bem?

- Ahn? Desculpa, não sa-bia que ti-nha mais alguém-aqui. – A loira, com um forte sotaque que Kate não conseguia distinguir, graças ao enorme teor de álcool no sangue, tentou explicar entre soluços.

- Calma, tenta respirar direito. – Kate instruiu enquanto se sentava no chão ao lado da loira. Quem era ela pra ajudar alguém estando naquele estado? De qualquer forma, ela colocou sua melhor cara de sóbria e pegou um copo d'água pra loira. O álcool e o fato de Nat ter sumido já estavam colocando pensamentos melancólicos na sua cabeça, então aquilo poderia ser ao menos uma distração.

- O-brigada. – ela agradeceu enquanto respirava fundo. – Obrigada.

- Não tem de quê. Eu sou Kate. Kate Bishop. – a morena disse estendendo a mão.

- Eu sou Yelena Belova. E eu nem precisa se dar ao trabalho de mentir dizendo que é um prazer me conhecer. – Yelena brincou enquanto fungava, e apertava a mão de Kate. 

Yelena tinha cabelos loiros que batiam um pouco abaixo dos ombros e os olhos verde-esmeralda mais lindos que Kate já vira. Seu rosto era lindo, seu nariz levemente arrebitado combinava perfeitamente com seus lábios grossos que naturalmente formavam um biquinho. O fato dela estar desolada acentuava um pouco o traço fofo. Mesmo sentada, Kate podia perceber que Yelena era consideravelmente mais baixa que ela e seu rostinho de boneca, provavelmente lhe conferiam um ar de mais jovem do que ela realmente era. Kate entendia bem disso. 

- Imagina. Minha amiga me abandonou pra se pegar com alguém e eu estou bebendo desde então. Dou cinco minutos pra você pedir pra eu te deixar chorando sozinha de novo. – Kate comentou fazendo Yelena rir. – E por que você não tá aproveitando a festa?

Kate olhou rapidamente para o seu corpo e sentiu o seu próprio esquentar. A loira possuía belas curvas e, com aquele decote, ela sentiu dificuldade em se concentrar no que Yelena dizia.

- Acabei de descobrir que o meu namorado estava me traindo há meses. – ela respondeu desolada e os seus olhos marejaram.

- Porra... Namoravam há quanto tempo? – ela perguntou sem jeito. Não pôde deixar de se identificar com a loira. Ela não duvidava nada que Jessica estivesse se envolvendo com a namorada nova muito antes delas “terminarem”.

- Dois anos. – uma lágrima escapou.

- Deve ser péssimo. Ahm, você... Quer, sei lá, falar sobre isso? – Kate perguntou, embora tivesse certeza de que não se lembraria de quase nada no dia seguinte. Por que não ouvir as lamentações de uma loira gostosa?

- Nah. Passei a noite toda falando sobre isso e olha onde eu vim parar. – ela comentou com um sorrisinho triste.

- Bom, eu não sei se você sabe, mas para todas as mágoas, existe o Jose.

- Jose? – Yelena perguntou confusa.

- Cuervo. – Kate disse mostrando a garrafa de tequila que encontrara na cozinha. Não era bem assim que ela imaginara passar o resto da festa, mas beber para afogar as mágoas nunca fez mal a ninguém.

- Você sim sabe como consolar alguém! – a expressão de Yelena ficou travessa e Kate lhe deu um sorriso torto.

Alguns goles generosos depois, as duas já tinham perdido a noção do tempo e se encontravam completamente bêbadas. Kate havia descoberto que Yelena era recém formada em direito, por pura pressão dos pais, que havia se mudado há pouco tempo e que não tinha muita facilidade em fazer amigos, principalmente pelo fato de ter vivido um relacionamento abusivo, onde seu ex não “permitia” que ela saísse com pessoas que não fossem ele e seus amigos idiotas.

Aprender tudo isso tinha sido uma sacrifício, porque Kate tentava desesperadamente se focar na conversa e não no botão aberto da blusa da loira que agora revelava um sutiã de renda preta e um decote maravilhosamente lindo. Pra completar o tormento de Kate, a boca de Yelena parecia deliciosamente tentadora. Parecia macia e sensu-

- E você, naonta ficando com ninguém por quê? – Yelena perguntou com a voz um pouco embolada por causa da bebida, interrompendo os pensamentos pecaminosos de Kate, que riu.

- Não sei. Não encontrei ninguém interessante. – Kate comentou com uma careta enquanto bebericava preguiçosamente.

- Mas tem tantos caras bonitos aqui...

- Bem, – Kate ponderou se deveria contar. Não era sempre que ela contava às pessoas sobre a sua orientação sexual sem conhecê-las direito, mas a bebida falou mais alto e ela respondeu casualmente: - Acontece que eu não tô à procura de rapazes...

- O qu-

- É- Calma! Respira! – Kate riu dando tapinhas nas costas da loira na tentativa de acalmá-la. Ela havia engasgado com a bebida. Ou com o comentário. Kate sinceramente não sabia se ria ou se ajudava a outra.

- Ei, eu só... eu não tenho nada contra- eu... eu só... – Yelena balbuciou enquanto tentava voltar a respirar normalmente.

- Relaxa, a gente acaba se acostumando com esse tipo de reação... – Kate deu de ombros com um meio sorriso.

- Não! Eu realmente não acho errado, nem nada do gênero! Você só me pegou desprevenida. – Yelena sorriu sem graça. – Eu só não desconfiava. Eu não sou exatamente uma expert em deduzir a orientação sexual das pessoas.

- Ahm, é. São poucos héteros que possuem um bom gaydar. – Kate comentou descontraída. – Nada contra heterossexuais, tenho ate amigos que são. – Kate brincou arrancando uma gargalhada da loira. Que risada gostosa.

- Muito evoluído da sua parte! – Yelena provocou tocando o braço de Kate, que sentiu seu um arrepio surgir com aquele contato quente.  – Mas você só prefere mulheres ou não gosta de homens?

- Nada contra o gênero. Mas não consigo me relacionar com homens além da amizade. – Kate respondeu tentando se concentrar na conversa e não no calor que havia se espalhado pelo seu corpo com o toque da loira ou no quão perto elas estavam depois que Yelena quase morreu engasgada.

- Ponto para as meninas! – Yelena, ainda muito perto de Kate pelo incidente, brincou e, em seguida, corou.

Kate percebeu o olhar de Yelena varrer cada centímetro do seu rosto e sentiu a sua própria respiração acelerar. Será que era a bebida que a estava fazendo imaginar coisas? Por que a loira não se afastava? Se já estava difícil se controlar a uma distancia confiável, aquela proximidade não estava ajudando nem um pouco.

A respiração da loira acelerou junto com a de Kate quando ela murmurou algo como "Você é tão linda." e quando Kate deu por si, os lábios de Yelena estavam colados nos seus.

Embora estivesse bêbada, Kate sentiu seus sentidos se apurarem no beijo da loira. O beijo que começara tão tímido e hesitante quanto o nível de álcool no sangue das duas permitia, rapidamente se transformou num beijo caloroso e as duas agora pareciam querer cada vez mais. Kate estava muito bêbada ou a loira beijava maravilhosamente bem? O beijo de Yelena era doce e, ao mesmo tempo, quente, sensual. A loira chegou-se mais pra perto da morena e, deixando a bebida falar mais alto, Kate puxou a loira, posicionando-a no seu colo. Sua vontade era abrir os botões restantes da camisa de Yelena, e aquele maldito sutiã preto, mas mesmo bêbada, Kate tinha noção que aquilo seria ir rápido demais com uma mulher completamente hétero. Yelena suspirou quando Kate apertou sua cintura, o desejo consumindo o pouco juízo que ela ainda tinha. As pessoas passavam por lá, mas ninguém parecia reparar. Ou se importar. Muito menos as duas. Aliás, desde quando as luzes da cozinha estavam apagadas? Alguém devia ter apagado enquanto elas estavam completamente entretidas uma com a outra porque Kate tinha quase certeza de que as luzes estavam acesas quando ela chegou. Ou não estavam? Era difícil raciocinar com a quantidade de álcool no seu organismo e uma mulher tão absurdamente gostosa no seu colo.

Yelena agora beijava o pescoço de Kate, enquanto ela puxava levemente os cabelos da loira, que suspirava pesadamente. Yelena apertava as unhas contra a pele afogueada de Kate, que a desejava fervorosamente, lutando desesperadamente contra os seus instintos de arrastá-la dali e arrancar sua roupa toda. E como o diabo é sujo, Yelena resolveu mordiscar o lóbulo da orelha de Kate, que perdendo o resto de juízo que tinha, apertou com urgência os seios da loira, fazendo-a deixar escapar um gemido baixinho no seu ouvido. Sinceramente Kate não fazia ideia de onde aquilo ia parar naquele ritmo, mas não estava conseguindo raciocinar muito bem. Ela estava muito envolvida naquela troca, até que uma voz irrompeu da cozinha:

- AÍ ESTÁ VO- Opa. – Nat, enrubesceu quando percebeu o momento que interrompera. Graças à meia-luz que entrava somente pela janela da cozinha, tudo que Nat pôde ver foi que Kate estava se agarrando com uma mulher loira no seu colo, que se encolheu e escondeu seu rosto no pescoço de Kate, quando a voz da ruiva a despertou daquele transe. Completamente constrangida e culpada, uma Nat bêbada saiu da cozinha antes mesmo que Kate tivesse entendido o que tinha acontecido.

Yelena que estava encolhida no colo da morena, completamente sem fôlego, se afastou bruscamente do seu pescoço, a boca totalmente vermelha, olhou pras mãos de Kate nos seus seios (aparentemente mais um botão acabou se abrindo em algum momento) e depois para si mesma. Seu olhar ficou confuso e logo em seguida, marejado. Com aquela reação, Kate deixou suas mãos tombarem e Yelena começou a tentar abotoar sua blusa desajeitadamente.

- Yelena, calma... espera só... – Kate tentou conversar enquanto Yelena levantou do seu colo de um salto. Se a própria Kate não estivesse muito bêbada pra reparar, ficaria surpresa com o equilíbrio da loira igualmente bêbada.

- Não, isso foi... eu só estou... – Yelena balbuciou confusa. 

- Não vai agora. – Kate pediu.

- Eu... Eu tenho que ir. Adeus. – Yelena disse enquanto corria pra fora dali.

xXx

Então meio que é isso. Espero que pelo menos uma alma abençoada tenha gostado, já faz eu me sentir menos louca falando sozinha aqui.
Podem me sinalizar erros de concordância, ortografia, etc. E se puderem votar, comentar e dar feedbacks, fico gradicida.
obs: vou tentar não deixar os capítulos tão longos, prometo.

um xêro no cangote de cada um@
fiquem bem!
cada dia é uma nova oportunidade pra ser melhor que ontem ❤️

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